Recobrimento primário de substratos artificiais submersos no estuário de Santos (São Paulo, Brasil) / Verena Rapp de Eston.

Dissertação (mestrado)- Universidade de São Paulo, 1981

Analisaram-se as primeiras fases de colonização de substratos artificiais submersos em três locais do estuário de Santos (São Paulo, Brasil). Trata-se de um estuário de planície costeira, que recebe sedimentos grosseiros transportados pelos rios procedentes da Serra do Mar, esgotos da cidade de São Paulo, e resíduos provenientes das atividades do porto, bem como, das indústrias situadas em Cubatão e nas margens do estuário predominantemente dos ramos químico, petroquímico e metalúrgico. Observou-se um gradiente decrescente na concentração de resíduos orgânicos e inorgânicos, na turbidez e no "déficit" de oxigênio da água, de montante para jusante no estuário. Utilizando lamínulas de vidro de microscópica de 22 x 22 mm, submersas por cinco dias a 0,50 m de profundidade, foi estudado como o perifíton e o pseudo-perifíton se comportam em relação ao gradiente de poluição acima mencionado. Sete amostragens foram realizadas, de maio de 1979 a março de 1960. As comunidades estudadas apresentaram baixa diversidade, com grande quantidade de ciliados sésseis, especialmente peritríqueos Zoothamnium commune, espécie dominante próximo às cabeceiras do estuário, foi substituída por Ephelota gemmmipara mais a jusante. As duas espécies estiveram bem representadas na estação de amostragem intermediária. Acineta tuberosa, Acineta sp, Cothurnia maritima, Cothurnia sp, Ephelota gemmipara, Epystilis sp, Platycola gracilia, P. regularis, Podophrya fixa, Pyxicola socialis, Vaginicola crystallina, Vorticella nebulifera, Vorticella spp, Zoothamnium commune e Zoothamnium spec sensu KAHL, 1935, foram as espécies de ciliados sésseis encontrados. Observou-se um aumento nos tipos de ciliados vágeis e diatomáceas bentônicas nas comunidades estudadas, de montante para jusante no estuário. Foi obtida variação sazonal na colonização dos substratos, com maiores taxas de colonização na primavera e verão, quando aumentou o número de espécies raras presente bem como a densidade das espécies mais freqüentes. Foi notada variabilidade a curto prazo nos substratos submersos com defasagem de um dia. Variabilidade local foi também observada nas réplicas de substrato.