Anhaptoglobinemia em recém-nascidos na população de Salvador, Bahia / Tania Freitas Soares de Azevedo .

Dissertação (mestre) - Universidade Federal do Rio Grande do Sul, 1973

1. Foi estudada uma amostra de 505 RN e suas mães da população tri-híbrida de Salvador, BA, quanto ao sistema de Hp, procurando-se relacionar a anhaptoglobinemia do RN com uma série de atributos maternos, do próprio RN, e ambientais, bem como com o sistema sangüíneo ABO. 2. A amostra constitui-se de 48% de meninos. Tanto as mães quanto os RN eram predominantemente mistos, com uma maior representação das classes mais escuras. O nível sócio-econômico dos indivíduos estudados era, em eral, muito baixo, a idade média das mães tendo sido de 24 anos. 3. A quantidade de casamentos consagüíneos observada foi cerca de 3 vezes menor do que a obtida em pesquisa anterior (FREIRE-MAIA, 1957), baseada esta última, no entanto, em uniões contraídas uma geração atrás. É possível, também, que a diferença nestas freqüências seja devido aos métodos diversos empregados na averiguação do endocruzamento. 4. A freqüência de RN com Hp classificável ao nascer na população de Salvador (8%) é comparável à encontrada em cerca da metade dos estudos efetuados em outras populações, utilizando técnica semelhante. 5. Houve uma diferença significativa na freqüência de Hp classificável de acordo com o sexo (RN masculinos: 10%; femininos: 5%). 6. Observou-se um excesso de RN 1-1 entre aqueles que possuíam níveis de Hp que permitiam classificação eletroforética. 7. As seguintes variáveis não mostraram efeito significativo sobre a freqüência de anhaptoglobinemia do RN: peso e raça de criança; raça, idade, genótipo de Hp e paridade da mãe; nível sócio-econômico dos pais; incompatibilidade mãe-filho nos sistemas Hp ou ABO. 8. O genótipo de Hp da mãe não parece ter influência no número de gestações ou de filhos vivos da mesma.