Avaliação do potencial genotóxico de dois derivados semi-sintéticos do fenilpropanóide dilapiol contra núcleos de Aedes (Stegomyia) aegypti (Diptera: Culicidae), Manaus, Amazonas / Pedro Rauel Cândido Domingos.

Por: Domingos, Pedro Rauel CândidoColaborador(es):Rafael, Míriam Silva [Orientadora] | Tadei, Wanderli Pedro [Coorientador]Detalhes da publicação: Manaus: [s.n.], 2012Notas: xi, 62 f. : il. (algumas color.)Assunto(s): Aedes aegypty -- Controle biológico | Bioinseticida | Piper aduncum | BioensaioClassificação Decimal de Dewey: 595.77 Recursos online: Clique aqui para acessar online Nota de dissertação: Dissertação (mestre) - Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia - INPA, 2012 Sumário: O Aedes aegypti é o principal vetor da dengue no mundo, e vem apresentando casos de resistência a inseticidas químicos nos últimos anos. O dilapiol, derivado encontrado em óleos essenciais de algumas plantas, tal como o Piper aduncum, da família Piperaceae, tem sido apontado como potencial bioinseticida contra A. aegypti. Neste estudo, o éter etil dilapiol (1KL39-B) e o éter n-butil dilapiol (1KL43-C), derivados semi-sintéticos do dilapiol, foram avaliados quanto a sua atividade ovicida, larvicida e genotóxica em A. aegypti. A partir de formas imaturas de A. aegypti coletadas no bairro de Puraquequara em Manaus, Estado do Amazonas, foram estabelecidas colônias em insetário após cruzamento de fêmeas e machos adultos. Os ovos obtidos desse cruzamento originaram a geração F1. Os ovos e larvas de 3º estádio da F1 foram expostos ao 1KL39-B (50, 70 e 80 µg/mL) e 1KL43-C (20, 25 e 30 µg/mL) por 4 horas, para avaliar a genotoxicidade desses compostos em larvas e fêmeas adultas de A. aegypti e, em seguida, expostas por mais 24 horas, para avaliar a atividade ovicida, larvicida e estabelecer a CL50 e CL90. Ovos expostos por 24 horas ao 1KL39-B e ao 1KL43-C, em todas as concentrações, tiveram mortalidade de 100%. As larvas de 3º estádio expostas a 80 µg/mL de 1KL39-B e a 30 e 25 µg/mL de 1KL43-C tiveram 100% de mortalidade, após 24 horas de exposição; a CL50 e CL90 para o 1KL39-B foi 61,76 ± 1,89 µg/mL e 88,98 ± 1,73 µg/mL, respectivamente, e para o 1KL43-C foi 18,63 ± 1,93 µg/mL e 27,08 ± 2,27 µg/mL, respectivamente, após 24 horas. A genotoxicidade de 1KL39-B e 1KL43-C foi analisada em preparações citológicas de cérebros de larvas e de ovários de fêmeas adultas, após exposição, por 4 horas. Machos e fêmeas cruzaram, para formar as gerações seguintes (F2, F3 e F4). No controle foi utilizado DMSO 0,05% em água potável. As preparações citológicas mostraram efeito genotóxico de ambos os semi-sintéticos, com significativa frequência de anomalias em núcleos interfásicos e metafásicos de larvas de 3º estádio e fêmeas adultas, em comparação ao controle. A frequência de anomalias aumentou quando a concentração dos semi-derivados foi aumentada, conforme ANOVA (p0,05). Ainda, as frequências de núcleos anômalos aumentaram gradativamente, nas gerações posteriores. Os adultos que emergiram após o tratamento com o 1KL39-B e 1KL43-C, em estágio de larvas, sofreram uma diminuição significativa e progressiva na produção de ovos a cada geração, corroborando o aumento progressivo das anomalias nucleares. Esses resultados sugerem a suscetibilidade de A. aegypti a esses compostos e um efeito cumulativo de anomalias nucleares nele, que pode ter afetado a sua fertilidade. Os achados deste trabalho sugerem que os semi-sintéticos do dilapiol (1KL39-B e 1KL43-C) sejam potenciais alternativas ao controle do A. aegypti, se realizados testes posteriores para esclarecer o seu mecanismo de ação, resistência dos mosquitos tratados aos semi-sintéticos e seu potencial tóxico para humanos.
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Dissertação T 595.77 D671a (Percorrer estante(Abre abaixo)) Disponível 12-0544

Dissertação (mestre) - Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia - INPA, 2012

O Aedes aegypti é o principal vetor da dengue no mundo, e vem apresentando casos de resistência a inseticidas químicos nos últimos anos. O dilapiol, derivado encontrado em óleos essenciais de algumas plantas, tal como o Piper aduncum, da família Piperaceae, tem sido apontado como potencial bioinseticida contra A. aegypti. Neste estudo, o éter etil dilapiol (1KL39-B) e o éter n-butil dilapiol (1KL43-C), derivados semi-sintéticos do dilapiol, foram avaliados quanto a sua atividade ovicida, larvicida e genotóxica em A. aegypti. A partir de formas imaturas de A. aegypti coletadas no bairro de Puraquequara em Manaus, Estado do Amazonas, foram estabelecidas colônias em insetário após cruzamento de fêmeas e machos adultos. Os ovos obtidos desse cruzamento originaram a geração F1. Os ovos e larvas de 3º estádio da F1 foram expostos ao 1KL39-B (50, 70 e 80 µg/mL) e 1KL43-C (20, 25 e 30 µg/mL) por 4 horas, para avaliar a genotoxicidade desses compostos em larvas e fêmeas adultas de A. aegypti e, em seguida, expostas por mais 24 horas, para avaliar a atividade ovicida, larvicida e estabelecer a CL50 e CL90. Ovos expostos por 24 horas ao 1KL39-B e ao 1KL43-C, em todas as concentrações, tiveram mortalidade de 100%. As larvas de 3º estádio expostas a 80 µg/mL de 1KL39-B e a 30 e 25 µg/mL de 1KL43-C tiveram 100% de mortalidade, após 24 horas de exposição; a CL50 e CL90 para o 1KL39-B foi 61,76 ± 1,89 µg/mL e 88,98 ± 1,73 µg/mL, respectivamente, e para o 1KL43-C foi 18,63 ± 1,93 µg/mL e 27,08 ± 2,27 µg/mL, respectivamente, após 24 horas. A genotoxicidade de 1KL39-B e 1KL43-C foi analisada em preparações citológicas de cérebros de larvas e de ovários de fêmeas adultas, após exposição, por 4 horas. Machos e fêmeas cruzaram, para formar as gerações seguintes (F2, F3 e F4). No controle foi utilizado DMSO 0,05% em água potável. As preparações citológicas mostraram efeito genotóxico de ambos os semi-sintéticos, com significativa frequência de anomalias em núcleos interfásicos e metafásicos de larvas de 3º estádio e fêmeas adultas, em comparação ao controle. A frequência de anomalias aumentou quando a concentração dos semi-derivados foi aumentada, conforme ANOVA (p0,05). Ainda, as frequências de núcleos anômalos aumentaram gradativamente, nas gerações posteriores. Os adultos que emergiram após o tratamento com o 1KL39-B e 1KL43-C, em estágio de larvas, sofreram uma diminuição significativa e progressiva na produção de ovos a cada geração, corroborando o aumento progressivo das anomalias nucleares. Esses resultados sugerem a suscetibilidade de A. aegypti a esses compostos e um efeito cumulativo de anomalias nucleares nele, que pode ter afetado a sua fertilidade. Os achados deste trabalho sugerem que os semi-sintéticos do dilapiol (1KL39-B e 1KL43-C) sejam potenciais alternativas ao controle do A. aegypti, se realizados testes posteriores para esclarecer o seu mecanismo de ação, resistência dos mosquitos tratados aos semi-sintéticos e seu potencial tóxico para humanos.

Área de Concentração: Genética, Conservação e Biologia Evolutiva

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