Aspectos ecofisiológicos e ecotoxicológicos em espécies da ictiofauna do rio Negro, Amazônia, com ênfase na regulação iônica e na importância das substâncias húmicas / Aline Yuri Otsuki Matsuo.

Por: Matsuo, Aline Yuri OtsukiColaborador(es):Val, Adalberto Luís [Orientador] | Wood, Chris [Coorientador]Detalhes da publicação: Manaus [s.n.] 2004Notas: ix, 223 f. : il. colorAssunto(s): Ecotoxicologia | Regulação iônica | Peixes -- Amazônia -- Fisiologia | Peixes -- Amazônia -- EcologiaClassificação Decimal de Dewey: 597.01 Nota de dissertação: Tese (doutor) - INPA/UFAM, 2004 Sumário: O objetivo geral deste trabalho foi avaliar aspectos da regulação iônica em espécies de peixes do rio Negro, Amazônia. O rio Negro, tipicamente caracterizado pela acidez, baixa concentração de íons e elevada concentração de substâncias húmicas (SH), apresenta uma ictiofauna especializada para sobrevivência em tais condições. Este estudo procurou enfatizar o efeito biológico das SH nos processos adaptativos, além de avaliar aspectos ecotoxicológicos. Os resultados indicaram que as espécies do rio Negro são capazes de transportar íons como o Na+ e Ca²+ em taxas elevadas, sendo que a afinidade destes íons nos sítios transportadores é consideravelmente alta, corroborando estudos anteriores. A acidez (pH~3,5) inibe o transporte de Ca²+; entretanto, na presença de SH, este efeito é reduzido. Isto sugere uma função fisiológica das SH em sustentar taxas de transporte de íons elevadas, o que no contexto das águas ionicamente pobres do rio Negro, representa um aspecto positivo. A aclimatação das espécies às SH provou ser um fator essencial para a avaliação destes processos fisiológicos. O efeito do cobre e do cádmio na regulação iônica foi avaliado em uma espécie-modelo, o tambaqui. O cobre, cuja toxicidade reflete-se no transporte de Na+ pela inibição da Na-K+ATPase, afetou somente o transporte paracelular em tambaqui, indicado pelo aumento no efluxo difusivo de Na+. Não houve nenhuma inibição no influxo de Na+ em tambaqui, indicando uma extrema tolerância da espécie ao cobre, em concentrações da ordem de 400 µg.1-¹. O cádmio, por outro lado, afeta o transporte de Ca²+ pela inibição da Ca²+ ATPase. A espécie apresentou inibição no influxo de Ca²+ em tambaqui em concentrações da ordem de 10 µg.1-¹. Tambaqui submetido à exposição aguda ao petróleo apresentou alterações na dinâmica do transporte de Na+. O biomarcador CYP1A provou ser uma ferramenta sensível para a avaliação da toxicidade a este contaminante na referida espécie. Por outro lado, o uso de CYP1A como biomarcador de exposição a compostos de petróleo deve ser considerado com cautela dentro do contexto da Amazônia, uma vez que as SH em si também foram capazes de induzir a CYP1A.
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Tese T 597.01 M434a (Percorrer estante(Abre abaixo)) Disponível 04-0348

Tese (doutor) - INPA/UFAM, 2004

O objetivo geral deste trabalho foi avaliar aspectos da regulação iônica em espécies de peixes do rio Negro, Amazônia. O rio Negro, tipicamente caracterizado pela acidez, baixa concentração de íons e elevada concentração de substâncias húmicas (SH), apresenta uma ictiofauna especializada para sobrevivência em tais condições. Este estudo procurou enfatizar o efeito biológico das SH nos processos adaptativos, além de avaliar aspectos ecotoxicológicos. Os resultados indicaram que as espécies do rio Negro são capazes de transportar íons como o Na+ e Ca²+ em taxas elevadas, sendo que a afinidade destes íons nos sítios transportadores é consideravelmente alta, corroborando estudos anteriores. A acidez (pH~3,5) inibe o transporte de Ca²+; entretanto, na presença de SH, este efeito é reduzido. Isto sugere uma função fisiológica das SH em sustentar taxas de transporte de íons elevadas, o que no contexto das águas ionicamente pobres do rio Negro, representa um aspecto positivo. A aclimatação das espécies às SH provou ser um fator essencial para a avaliação destes processos fisiológicos. O efeito do cobre e do cádmio na regulação iônica foi avaliado em uma espécie-modelo, o tambaqui. O cobre, cuja toxicidade reflete-se no transporte de Na+ pela inibição da Na-K+ATPase, afetou somente o transporte paracelular em tambaqui, indicado pelo aumento no efluxo difusivo de Na+. Não houve nenhuma inibição no influxo de Na+ em tambaqui, indicando uma extrema tolerância da espécie ao cobre, em concentrações da ordem de 400 µg.1-¹. O cádmio, por outro lado, afeta o transporte de Ca²+ pela inibição da Ca²+ ATPase. A espécie apresentou inibição no influxo de Ca²+ em tambaqui em concentrações da ordem de 10 µg.1-¹. Tambaqui submetido à exposição aguda ao petróleo apresentou alterações na dinâmica do transporte de Na+. O biomarcador CYP1A provou ser uma ferramenta sensível para a avaliação da toxicidade a este contaminante na referida espécie. Por outro lado, o uso de CYP1A como biomarcador de exposição a compostos de petróleo deve ser considerado com cautela dentro do contexto da Amazônia, uma vez que as SH em si também foram capazes de induzir a CYP1A.

Área de concentração: Biologia de Água Doce e Pesca Interior.

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