Aspectos ecológicos, ação predatória de Phlugis teres (De Geer, 1927) (Orthoptera - Tettigoniidae) e avaliação do seu pontencial para o controle biológico de pragas em cultivares na várzea amazônica / Ana Lúcia dos Santos Nunes.

Por: Nunes, Ana Lúcia dos SantosColaborador(es):Mello, José Alberto Sampaio Nunes de [Orientador]Detalhes da publicação: Manaus 1996Notas: 204 f. : ilAssunto(s): Pragas -- Controle biológico | Phlugis teres -- Marchantaria, Ilha de (AM)Classificação Decimal de Dewey: 595.72 Nota de dissertação: Tese (doutor) - INPA/UFAM, 1996 Sumário: Phlugis teres (De Geer, 1927) é um gafanhoto predador pertencente a família Tettigoniidae e sub-família Listroscelinae. É encontrado sobre macrófitas aquáticas, principalmente, em populações de Eichornia crassipes, Paspalum repens e Echinochloa polystachya que comumente se desenvolvem nos lagos de várzea da Amazônia Central. Seu ciclo de vida é relacionado com a artropodofauna associada a macrófitas, que lhe servem de base alimentar. No período de 08/06/90 a 19/01/91, na Ilha de Marchantaria - AM, estudou-se a fenologia e biomassa da população de f. teres, frente a oscilação do nível da água, bem como seu ciclo vital e sua especificidade alimentar, além do seu potencial, de predador, para realizar o controle biológico de pragas da várzea. A população de f. TERES ocorre ao longo de todo o ano o que indica que esse gafanhoto possui reprodução constante. Porém, apresenta uma acentuada redução na abundância durante a vazante e seca do rio (Julho - Novembro), a qual para as macrófitas hospedeiras, constitui um período desfavorável. Diante dessa má condição abiótica, EICHHORNIA CRASSIPES praticamente desaparece da área de estudo, enquanto que PASPALUM REPENS e EICHINOCHLOA POLYSTACHYA fixam-se no solo e desenvolvem formas adaptadas a fase terrestre. Nessa época são encontrados apenas adultos de f. TERES, os quais, devido a capacidade de vôo podem dispersar em busca de melhores sítios alimentares, visto que, a abundância da artropodofauna das macrófitas também é influenciada pela oscilação do nível do rio, sendo mais baixa durante a cota mínima da vazante (seca). f. TERES possui oviposição endofítica nas três espécies de macrófitas hospedeiras, o que lhes possibilita a disponibilidade de sítios para as oviposturas ao longo do ano. O número total de dias para o completo desenvolvimento de f. TERES, bem como o tamanho e o peso varia com relação ao sexo, onde os machos emergem antes das fêmeas (protandria masculina), porém, as fêmeas são maiores e mais pesadas que os machos. Ambos sexos possuem cinco estádios ninfais e consequentemente sofrem cinco ecdises, sendo que o último processo de muda corresponde a emergência do adulto. f. TERES é um predador voraz que não possui especificidade alimentar de artrópodos, em particular, insetos de diversas famílias pertencentes a diferentes ordens. Devido a isso, pode-se classificá-lo com um gafanhoto zoófago-polífago. Seu comportamento predatório é caracterizado pela rápida apreensão do artrópodo-presa, através da utilização de seu primeiro par de pernas, adaptados (com espinhos) para agarrar e imobilizar a presa. Esse comportamento não exclui indivíduos da mesma espécie, o que implica em canibalismo de adultos (machos e fêmeas) entre si e destes sobre as ninfas. Através de testes, realizados no campo e no laboratório, foi evidente que f. TERES pode predar e se alimentar de pragas agrícolas. Nos testes utilizou-se cinco espécies de pragas que atacavam cultivares da área de estudo, as quais foram aceitas pelo gafanhoto predador. Apesar da grande voracidade e aceitação das pragas como alimento, f. TERES possui uma baixa taxa reprodutiva, devido a isso considera-se que f. TERES é um predador regulador o qual pode contribuir para manter a densidade populacional de pragas agrícolas em equilíbrio.
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Tese T 595.72 N972a (Percorrer estante(Abre abaixo)) Disponível 96-0448
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Tese (doutor) - INPA/UFAM, 1996

Phlugis teres (De Geer, 1927) é um gafanhoto predador pertencente a família Tettigoniidae e sub-família Listroscelinae. É encontrado sobre macrófitas aquáticas, principalmente, em populações de Eichornia crassipes, Paspalum repens e Echinochloa polystachya que comumente se desenvolvem nos lagos de várzea da Amazônia Central. Seu ciclo de vida é relacionado com a artropodofauna associada a macrófitas, que lhe servem de base alimentar. No período de 08/06/90 a 19/01/91, na Ilha de Marchantaria - AM, estudou-se a fenologia e biomassa da população de f. teres, frente a oscilação do nível da água, bem como seu ciclo vital e sua especificidade alimentar, além do seu potencial, de predador, para realizar o controle biológico de pragas da várzea. A população de f. TERES ocorre ao longo de todo o ano o que indica que esse gafanhoto possui reprodução constante. Porém, apresenta uma acentuada redução na abundância durante a vazante e seca do rio (Julho - Novembro), a qual para as macrófitas hospedeiras, constitui um período desfavorável. Diante dessa má condição abiótica, EICHHORNIA CRASSIPES praticamente desaparece da área de estudo, enquanto que PASPALUM REPENS e EICHINOCHLOA POLYSTACHYA fixam-se no solo e desenvolvem formas adaptadas a fase terrestre. Nessa época são encontrados apenas adultos de f. TERES, os quais, devido a capacidade de vôo podem dispersar em busca de melhores sítios alimentares, visto que, a abundância da artropodofauna das macrófitas também é influenciada pela oscilação do nível do rio, sendo mais baixa durante a cota mínima da vazante (seca). f. TERES possui oviposição endofítica nas três espécies de macrófitas hospedeiras, o que lhes possibilita a disponibilidade de sítios para as oviposturas ao longo do ano. O número total de dias para o completo desenvolvimento de f. TERES, bem como o tamanho e o peso varia com relação ao sexo, onde os machos emergem antes das fêmeas (protandria masculina), porém, as fêmeas são maiores e mais pesadas que os machos. Ambos sexos possuem cinco estádios ninfais e consequentemente sofrem cinco ecdises, sendo que o último processo de muda corresponde a emergência do adulto. f. TERES é um predador voraz que não possui especificidade alimentar de artrópodos, em particular, insetos de diversas famílias pertencentes a diferentes ordens. Devido a isso, pode-se classificá-lo com um gafanhoto zoófago-polífago. Seu comportamento predatório é caracterizado pela rápida apreensão do artrópodo-presa, através da utilização de seu primeiro par de pernas, adaptados (com espinhos) para agarrar e imobilizar a presa. Esse comportamento não exclui indivíduos da mesma espécie, o que implica em canibalismo de adultos (machos e fêmeas) entre si e destes sobre as ninfas. Através de testes, realizados no campo e no laboratório, foi evidente que f. TERES pode predar e se alimentar de pragas agrícolas. Nos testes utilizou-se cinco espécies de pragas que atacavam cultivares da área de estudo, as quais foram aceitas pelo gafanhoto predador. Apesar da grande voracidade e aceitação das pragas como alimento, f. TERES possui uma baixa taxa reprodutiva, devido a isso considera-se que f. TERES é um predador regulador o qual pode contribuir para manter a densidade populacional de pragas agrícolas em equilíbrio.

Área de concentração: Entomologia.

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