Fracionamento, caracterização e dinâmica do fósforo dissolvido em alguns ambientes aquáticos na Amazônia / Patrícia Rodriguez de Carvalho Pinheiro.

Por: Pinheiro, Patrícia Rodriguez de CarvalhoColaborador(es):Forsberg, Bruce Rider [Orientador]Detalhes da publicação: Manaus 1996Notas: 121f. : ilAssunto(s): Fósforo | Química da água -- Amazonas, Rio, BaciaClassificação Decimal de Dewey: 574.929 Nota de dissertação: Tese (doutor) - INPA/UFAM, 1996 Sumário: Nos últimos anos, muita atenção tem sido dirigida para o ciclo epilimnético do P. O fósforo existente no epilimnio é classificado em três principais compartimentos funcionais: o fosfato, o P particulado (PP) e o P orgânico dissolvido (POD). Estudos realizados com o intuito de investigar a distribuição e o fluxo do P entre esses compartimentos, foram feitos utilizando traçadores radioativos ou filtração seletiva ou cromatografia líquida, e forneceram uma nova visão da natureza geral do ciclo do P, em lagos temperados no hemisfério norte. Uma parte do P nesses sistemas é ciclado rapidamente entre as fases particulada e inorgânica dissolvida. Uma outra parte passa mais lentamente através de dois compartimentos intermediários dentro do POD, formado de P coloidal e o de um componente de peso molecular intermediário (- 250 Da), antes de completar o ciclo, e parte do P é perdido. Sob condições de limitação do P, a hidrólise enzimática e a foto-oxidação, mediada pela luz ultravioleta do POD se tornam processos importantes no ciclo do P. O objetivo deste estudo foi investigar a dinâmica do P em lagos de várzea e em rios da Bacia do Rio Amazonas, próximo de Manaus. Para caracterizar os diferentes componentes do P e a sua dinâmica nesses sistemas foram utilizados traçadores radioativos, filtração seletiva, ultra-filtração e cromatografia em gel. Foram também realizados ensaios em laboratório, para caracterizar a susceptibilidade das diferentes frações do POD à hidrólise enzimática e a foto-oxidação utilizando-se a luz UV. Quando se adicionou ³²P à água superficial do Lago Camaleão, um lago de inundação associado com o Rio Solimões, o P marcado fracionou lentamente (em 12 horas) em 4 distintos compartimentos de P: o P particulado (0,2µm, 83%), o fosfato (9,4%), e dois componente do POD. Um dos componente do POD apresentou um peso molecular intermediário (- 66.000 Da) e representou 7,3% do PDT e o outro componente de alto peso molecular (200.000 Da) representou 0,3%. A atividade acumulativa do isótopo no compartimento do P particulado, foi maior nas fração de 0,2 a 1,0µm, sugerindo que o consumo pelas bactérias pode controlar o fluxo entre o PO4 e o PP. As taxas de renovação do P no estoque do PO4 foi de 8,3 a 11,1 horas. A hidrólise enzimática do POD ocorreu tanto nos lagos como nos rios, porém as frações de baixo peso molecular (1.000 Da) foram mais suscetíveis à ação enzimática da fosfatase alcalina. Níveis significantes de foto-oxidação, mediada pela luz UV, somente foram encontrados no Rio Negro e apenas na fração de 1.000 a 30.000 Da. A dinâmica do P em lagos e rios da Amazônia é, aparentemente, bastante distinta daquela encontrada para os lagos temperados do hemisfério norte. Os longos tempos de renovação encontrados para o fosfato no Lago Camaleão sugerem, que o P pode não ser tão limitante quanto nos lagos temperados. A entrada sazonal de águas do Rio Solimões, ricas em P e em sedimentos, pode ajudar a reduzir a limitação por P, neste caso. Os compostos que formam o POD nesses rios e lagos tropicais também parecem ser maiores e mais refratários. Isto pode refletir a predominância da matéria orgânica de origem terrestre nestes ambientes fluviais. A foto-oxidação do POD parece ocorrer significativamente apenas nos sistemas fluviais com alto conteúdo de COD, tal como o Rio Negro.
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Tese (doutor) - INPA/UFAM, 1996

Nos últimos anos, muita atenção tem sido dirigida para o ciclo epilimnético do P. O fósforo existente no epilimnio é classificado em três principais compartimentos funcionais: o fosfato, o P particulado (PP) e o P orgânico dissolvido (POD). Estudos realizados com o intuito de investigar a distribuição e o fluxo do P entre esses compartimentos, foram feitos utilizando traçadores radioativos ou filtração seletiva ou cromatografia líquida, e forneceram uma nova visão da natureza geral do ciclo do P, em lagos temperados no hemisfério norte. Uma parte do P nesses sistemas é ciclado rapidamente entre as fases particulada e inorgânica dissolvida. Uma outra parte passa mais lentamente através de dois compartimentos intermediários dentro do POD, formado de P coloidal e o de um componente de peso molecular intermediário (- 250 Da), antes de completar o ciclo, e parte do P é perdido. Sob condições de limitação do P, a hidrólise enzimática e a foto-oxidação, mediada pela luz ultravioleta do POD se tornam processos importantes no ciclo do P. O objetivo deste estudo foi investigar a dinâmica do P em lagos de várzea e em rios da Bacia do Rio Amazonas, próximo de Manaus. Para caracterizar os diferentes componentes do P e a sua dinâmica nesses sistemas foram utilizados traçadores radioativos, filtração seletiva, ultra-filtração e cromatografia em gel. Foram também realizados ensaios em laboratório, para caracterizar a susceptibilidade das diferentes frações do POD à hidrólise enzimática e a foto-oxidação utilizando-se a luz UV. Quando se adicionou ³²P à água superficial do Lago Camaleão, um lago de inundação associado com o Rio Solimões, o P marcado fracionou lentamente (em 12 horas) em 4 distintos compartimentos de P: o P particulado (0,2µm, 83%), o fosfato (9,4%), e dois componente do POD. Um dos componente do POD apresentou um peso molecular intermediário (- 66.000 Da) e representou 7,3% do PDT e o outro componente de alto peso molecular (200.000 Da) representou 0,3%. A atividade acumulativa do isótopo no compartimento do P particulado, foi maior nas fração de 0,2 a 1,0µm, sugerindo que o consumo pelas bactérias pode controlar o fluxo entre o PO4 e o PP. As taxas de renovação do P no estoque do PO4 foi de 8,3 a 11,1 horas. A hidrólise enzimática do POD ocorreu tanto nos lagos como nos rios, porém as frações de baixo peso molecular (1.000 Da) foram mais suscetíveis à ação enzimática da fosfatase alcalina. Níveis significantes de foto-oxidação, mediada pela luz UV, somente foram encontrados no Rio Negro e apenas na fração de 1.000 a 30.000 Da. A dinâmica do P em lagos e rios da Amazônia é, aparentemente, bastante distinta daquela encontrada para os lagos temperados do hemisfério norte. Os longos tempos de renovação encontrados para o fosfato no Lago Camaleão sugerem, que o P pode não ser tão limitante quanto nos lagos temperados. A entrada sazonal de águas do Rio Solimões, ricas em P e em sedimentos, pode ajudar a reduzir a limitação por P, neste caso. Os compostos que formam o POD nesses rios e lagos tropicais também parecem ser maiores e mais refratários. Isto pode refletir a predominância da matéria orgânica de origem terrestre nestes ambientes fluviais. A foto-oxidação do POD parece ocorrer significativamente apenas nos sistemas fluviais com alto conteúdo de COD, tal como o Rio Negro.

Área de concentração: Biologia de Água Doce e Pesca Interior.

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