Estudo do ciclo biológico e de isoenzimas na ontogênese de Anopheles (Nyssorhynchus) nuñez-tovari, Gabaldon, 1940 (Diptera, Cullicidae) / Vera Margarete Scarpassa.

Por: Scarpassa, Vera MargareteColaborador(es):Tadei, Wanderli Pedro [Orientador]Detalhes da publicação: Manaus [s.n.] 1988Notas: 172 f. : ilAssunto(s): Anopheles -- Desenvolvimento | IsoenzimasClassificação Decimal de Dewey: 595.77 Nota de dissertação: Dissertação (mestre) - INPA/UFAM, 1988 Sumário: No estudo do ciclo biológico de Anopheles nunez-tovari foram analisadas 108 posturas procedentes da UHE de Tucuruí (PA), sendo verificada a média de ovos postos de 128,83 ± 4,85 e uma taxa de eclosão elevada, de 84,06%. Foi constatado que 77% dos ovos eclodem com 36 - 48 horas após a postura, mostrando, no total, um período médio de eclosão de 1,86 ± 0,004 dias. A média de ovos eclodidos por postura foi de 109,39 ± 5,26. Considerando-se todas as posturas, a média de incubação foi de 1,64 ± 0,04 dias e a eclosão completa das posturas de 2,03 ± 0,10 dias. Os dados de correlação entre ovos postos e ovos eclodidos evidenciaram que à medida que aumenta o número de ovos por postura há também um aumento correspondente na taxa de eclosão. Contudo, quando as posturas são reunidas em intervalos de classe maiores, verificou-se que não há correlação para algumas delas. Também, os dados de correlação revelaram que o tamanho da postura e a taxa de eclosão independem do período de incubação; ainda, o tamanho das posturas e as taxas de eclosão independem do período de eclosão das posturas, quando correlacionadas desta forma. Para as fases imaturas, verificou-se que existem diferenças no tempo de desenvolvimento, sendo o estágio 4º - pupa o mais longo, apresentando uma media de 3,15 ± 0,03 dias. A menor média foi observada para o estádio 2º - 3º com 1,46 ± 0,02 dias. Valores intermediários foram constatados para os estágios 1º - 2º, 3º - 4º e pupa - adulto (2,34 ± 0,02; 1,67 ± 0,02 e 1,54 ± 0,01 dias, respectivamente). Para o ciclo completo ovo adulto observou-se um tempo médio de desenvolvimento de 12,02 ± 0,004 dias. As maiores taxas de mortalidade foram verificadas para o 4º estádio (19,6%) e para o estágio de pupa(6,0%). A taxa de sobrevivência, considerando-se desde larvas de 1º estádio até a emergência do imago, foi de 71,40%, sendo um valor elevado segundo os dados da literatura. Os dados foram obtidos a 26 ± 1°C e umidade relativa entre 80% e 90% . A comparação dos períodos de desenvolvimento entre A. nunez-tovari com A. darlingi e A. triannulatus possibilitou considerar A. nunez-tovari como mais próxima da primeira espécie. Os sistemas das esterases, da leucina aminopeptidase e da alfa - glicerofosfato desidrogenase foram analisados durante o desenvolvimento, sendo identificadas, para o primeiro, sete zonas de atividade reveladas em substratos fluorogênicos (acetato de umbeliferona e propionato de umbeliferona) e em substratos de esteres de naftol ( alfa - naftil acetato e alfa - naftil propionato). Este ultimo mostrou-se ser o mais eficiente, revelando com maior intensidade as sete zonas de atividade. As larvas de 1º a 3º estádio foram estudadas em "pool" e, a partir das larvas de 4º estádio, as preparações foram individuais. Para o 4º estádio larval e para as pupas foram diferenciadas três fases dentro de cada um. Os dados de revelação mostraram que não há locus específico a um único substrato. Os resultados de ontogênese evidenciaram que as esterases 1 e 5 encontram-se presentes durante todo o desenvolvimento, porém, a esterase 1 mostra intensidade forte em todos os estágios e a esterase 5 fraca. As esterases 2 e 6 revelaram o mesmo padrão, apresentando intensidade forte nos estádios larvais e intensidade fraca nos estágios de pupa e adultos. A esterase 3 praticamente não é mais registrada nos dois últimos estágios, denotando uma enzima característica do estágio larval. A esterase 4 apresenta-se mais intensa nas larvas e diminui gradativamente a atividade no estágio de pupa, estando quase ausente nos adultos. A esterase 7 foi registrada nos primeiros estádios larvais, nas larvas de 4° estádio velha e nas pupas e adultos, porém em freqüências baixas. Considerando-se as funções das enzimas no desenvolvimento, foi aventada a hipótese de que as esterases 1 e 5 poderiam estar relacionadas com funções mais generalizadas, como a quebra de lipídeos. As esterases 2, 4 e 6 poderiam ter funções com a atividade metabólica no desenvolvimento, uma vez que a atividade e intensa nas larvas e diminui nos demais estágios. Sendo a esterase 3 exclusiva da fase larval, foi admitido que provavelmente possa ter relações com o sistema digestivo, considerando-se que a alimentação é distinta do adulto. O padrão detectado para a esterase 7, possibilitou relacioná-la com a degradação do hormônio juvenil, mantendo os baixos níveis do mesmo nas fases de pupa e adultos. Os dados de freqüência gênica dos alelos evidenciaram que as populações não estão em equilíbrio, mostrando os duplos homozigotos em freqüências maiores, e que, provavelmente, este fato decorra de alterações ambientais da área. Também, não se detectou diferenças nas freqüências dos alelos, em ambos os sexos. Para a leucina aminopeptidase foram observadas seis zonas de atividade durante o desenvolvimento, sendo a LAP1, LAP2, LAP4 e LAP5 presentes nos estádios larvais, pupas e adultos e a LAP3 e LAP6 características desses dois últimos estágios. Contudo, a primeira mostra alguns registros em larvas de 4º estádio. Foram detectadas diferenças na atividade entre as zonas e conforme o estágio considerado. A LAP1 e LAP5 apresentam intensidade fraca em todos os estágios, praticamente desaparecendo nas pupas e adultos. A LAP2 e LAP4 mostram atividade intensa nos estádios larvais diminuindo nos dois estágios seguintes. Foi admitido que a LAP3, no estágio de pupa, possa desempenhar algumas funções na histólise dos tecidos larvais. Dos seis loci detectados, variação foi constatada apenas para o locus LAP5 e, igualmente para as esterases, a seleção favorece os duplos homozigotos. A alfa - glicerofosfato desidrogenase mostrou um perfil eletroforético em que foi possível diagnosticar duas formas, com mobilidade eletroforética muito próxima, sendo uma com atividade na fase larvária e a outra específica das fases de pupa e adultos. Foi verificado que a atividade aumenta à medida que se analisa as fases da pupa, mostrando a pupa velha um mesmo nível de atividade dos adultos. Embora a diferença no perfil de migração das duas formas seja muito reduzida, foi aventada a hipótese de que provavelmente tratam--se do produto de dois loci independentes. Foi admitido que a forma detectada nos estágios de pupa e adultos (alfa - GPDH1) poderia apresentar concentrações maiores no tórax, exercendo funções relacionadas aos mecanismos de vôo. A variação verificada para a forma das pupas e adultos foi muito reduzida, estando os valores entre os limites dos critérios de polimorfismo 0,95 e 0,99.
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Dissertação T 595.77 S286e (Percorrer estante(Abre abaixo)) Disponível 99-0442

Dissertação (mestre) - INPA/UFAM, 1988

No estudo do ciclo biológico de Anopheles nunez-tovari foram analisadas 108 posturas procedentes da UHE de Tucuruí (PA), sendo verificada a média de ovos postos de 128,83 ± 4,85 e uma taxa de eclosão elevada, de 84,06%. Foi constatado que 77% dos ovos eclodem com 36 - 48 horas após a postura, mostrando, no total, um período médio de eclosão de 1,86 ± 0,004 dias. A média de ovos eclodidos por postura foi de 109,39 ± 5,26. Considerando-se todas as posturas, a média de incubação foi de 1,64 ± 0,04 dias e a eclosão completa das posturas de 2,03 ± 0,10 dias. Os dados de correlação entre ovos postos e ovos eclodidos evidenciaram que à medida que aumenta o número de ovos por postura há também um aumento correspondente na taxa de eclosão. Contudo, quando as posturas são reunidas em intervalos de classe maiores, verificou-se que não há correlação para algumas delas. Também, os dados de correlação revelaram que o tamanho da postura e a taxa de eclosão independem do período de incubação; ainda, o tamanho das posturas e as taxas de eclosão independem do período de eclosão das posturas, quando correlacionadas desta forma. Para as fases imaturas, verificou-se que existem diferenças no tempo de desenvolvimento, sendo o estágio 4º - pupa o mais longo, apresentando uma media de 3,15 ± 0,03 dias. A menor média foi observada para o estádio 2º - 3º com 1,46 ± 0,02 dias. Valores intermediários foram constatados para os estágios 1º - 2º, 3º - 4º e pupa - adulto (2,34 ± 0,02; 1,67 ± 0,02 e 1,54 ± 0,01 dias, respectivamente). Para o ciclo completo ovo adulto observou-se um tempo médio de desenvolvimento de 12,02 ± 0,004 dias. As maiores taxas de mortalidade foram verificadas para o 4º estádio (19,6%) e para o estágio de pupa(6,0%). A taxa de sobrevivência, considerando-se desde larvas de 1º estádio até a emergência do imago, foi de 71,40%, sendo um valor elevado segundo os dados da literatura. Os dados foram obtidos a 26 ± 1°C e umidade relativa entre 80% e 90% . A comparação dos períodos de desenvolvimento entre A. nunez-tovari com A. darlingi e A. triannulatus possibilitou considerar A. nunez-tovari como mais próxima da primeira espécie. Os sistemas das esterases, da leucina aminopeptidase e da alfa - glicerofosfato desidrogenase foram analisados durante o desenvolvimento, sendo identificadas, para o primeiro, sete zonas de atividade reveladas em substratos fluorogênicos (acetato de umbeliferona e propionato de umbeliferona) e em substratos de esteres de naftol ( alfa - naftil acetato e alfa - naftil propionato). Este ultimo mostrou-se ser o mais eficiente, revelando com maior intensidade as sete zonas de atividade. As larvas de 1º a 3º estádio foram estudadas em "pool" e, a partir das larvas de 4º estádio, as preparações foram individuais. Para o 4º estádio larval e para as pupas foram diferenciadas três fases dentro de cada um. Os dados de revelação mostraram que não há locus específico a um único substrato. Os resultados de ontogênese evidenciaram que as esterases 1 e 5 encontram-se presentes durante todo o desenvolvimento, porém, a esterase 1 mostra intensidade forte em todos os estágios e a esterase 5 fraca. As esterases 2 e 6 revelaram o mesmo padrão, apresentando intensidade forte nos estádios larvais e intensidade fraca nos estágios de pupa e adultos. A esterase 3 praticamente não é mais registrada nos dois últimos estágios, denotando uma enzima característica do estágio larval. A esterase 4 apresenta-se mais intensa nas larvas e diminui gradativamente a atividade no estágio de pupa, estando quase ausente nos adultos. A esterase 7 foi registrada nos primeiros estádios larvais, nas larvas de 4° estádio velha e nas pupas e adultos, porém em freqüências baixas. Considerando-se as funções das enzimas no desenvolvimento, foi aventada a hipótese de que as esterases 1 e 5 poderiam estar relacionadas com funções mais generalizadas, como a quebra de lipídeos. As esterases 2, 4 e 6 poderiam ter funções com a atividade metabólica no desenvolvimento, uma vez que a atividade e intensa nas larvas e diminui nos demais estágios. Sendo a esterase 3 exclusiva da fase larval, foi admitido que provavelmente possa ter relações com o sistema digestivo, considerando-se que a alimentação é distinta do adulto. O padrão detectado para a esterase 7, possibilitou relacioná-la com a degradação do hormônio juvenil, mantendo os baixos níveis do mesmo nas fases de pupa e adultos. Os dados de freqüência gênica dos alelos evidenciaram que as populações não estão em equilíbrio, mostrando os duplos homozigotos em freqüências maiores, e que, provavelmente, este fato decorra de alterações ambientais da área. Também, não se detectou diferenças nas freqüências dos alelos, em ambos os sexos. Para a leucina aminopeptidase foram observadas seis zonas de atividade durante o desenvolvimento, sendo a LAP1, LAP2, LAP4 e LAP5 presentes nos estádios larvais, pupas e adultos e a LAP3 e LAP6 características desses dois últimos estágios. Contudo, a primeira mostra alguns registros em larvas de 4º estádio. Foram detectadas diferenças na atividade entre as zonas e conforme o estágio considerado. A LAP1 e LAP5 apresentam intensidade fraca em todos os estágios, praticamente desaparecendo nas pupas e adultos. A LAP2 e LAP4 mostram atividade intensa nos estádios larvais diminuindo nos dois estágios seguintes. Foi admitido que a LAP3, no estágio de pupa, possa desempenhar algumas funções na histólise dos tecidos larvais. Dos seis loci detectados, variação foi constatada apenas para o locus LAP5 e, igualmente para as esterases, a seleção favorece os duplos homozigotos. A alfa - glicerofosfato desidrogenase mostrou um perfil eletroforético em que foi possível diagnosticar duas formas, com mobilidade eletroforética muito próxima, sendo uma com atividade na fase larvária e a outra específica das fases de pupa e adultos. Foi verificado que a atividade aumenta à medida que se analisa as fases da pupa, mostrando a pupa velha um mesmo nível de atividade dos adultos. Embora a diferença no perfil de migração das duas formas seja muito reduzida, foi aventada a hipótese de que provavelmente tratam--se do produto de dois loci independentes. Foi admitido que a forma detectada nos estágios de pupa e adultos (alfa - GPDH1) poderia apresentar concentrações maiores no tórax, exercendo funções relacionadas aos mecanismos de vôo. A variação verificada para a forma das pupas e adultos foi muito reduzida, estando os valores entre os limites dos critérios de polimorfismo 0,95 e 0,99.

Área de concentração: Entomologia.

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