Ciclagem mineral em uma comunidade de halófitas da baía de Guanabara / Luiz Drude de Lacerda.

Por: Lacerda, Luiz Drude deColaborador(es):Pfeiffer, Wolfgang Christian [Orientador]Detalhes da publicação: 1980Notas: 55 fAssunto(s): Ciclagem de nutrientes (Biogeoquímica) | Ciclo mineral (Biogeoquímica) | Halófitas -- Guanabara, Baía de | Metais pesadosClassificação Decimal de Dewey: 581.191 Nota de dissertação: Dissertação (mestre) - Universidade Federal do Rio de Janeiro, 1980 Sumário: O presente trabalho estuda a ciclagem de quatro elementos minerais nutrientes (Na, K, Ca e Mg), e de um metal pesado (Cr), em uma comunidade de halófitas no estuário do Rio Irajá, litoral sudoeste da baía de Guanabara, Rio de Janeiro. A comunidade é composta por duas espécies de halófitas perenes suculentas: Sesuvium portulacastrum (L.) L. e Philoxeros vermicularis Mog. Ambas as espécies tem porte herbáceo e cobrem literalmente toda a extensão da praia. A comunidade desenvolve-se sobre um solo tipicamente arenoso, sendo bastante influenciada pela atividade industrial da região. O sistema estudado foi dividido em dois níveis de organização: a comunidade como um todo; e o universo solo-planta dentro da comunidade. No primeiro nível, foram estudados os aportes e as saídas de elementos minerais do sistema. Os principais aportes minerais pra a comunidade são: a atmosfera (via precipitação seca e úmida), a maresia e, provavelmente, marés excepcionalmente altas de equimócio ou tempestades. Dentre estes aportes, somente o atmosférico foi quantificado. As saídas do sistema compreendem os escorrimentos laterais superficial e profundo. Dentre estes, somente o escorrimento lateral superficial pode ser quantificado. As concentrações minerais medidas na água de escorrimento superficial, quando comparadas aquelas medidas na água da chuva, mostraram que todos os elementos, com excessão do Cr, tiveram suas concentrações aumentadas ao atravessarem o sistema. Portanto, a comunidade como um todo desempenha um papel importante no bloqueio da transferência do Cr para o ecossistema estuarino, atuando como um imobilizador deste metal pesado. Por outro lado, pelo aumento das concentrações de Na, K, Ca e Mg, o sistema estuarino é enriquecido de minerais nutrientes essenciais. No segundo nível de organização, a comunidade foi submetida em três compartimentos: solo de superfície (0,0 cm a 5,0 cm), solo profundo (20,0 a 30,0 cm) e vegetação. No solo, foram determinados os teores de água, matéria orgânica, pH, e as concentrações trocáveis e totais dos cinco elementos estudados. os resultados mostraram que a movimentação dos elementos entre os dois horizontes do solo estudados, é controlada principalmente pelo teor de matéria orgânica e pelo grau de solubilização de cada elemento no solo. K, Ca e Mg, apresentaram correlações significativas entre si e com o teor de matéria orgânica do solo. Por outro lado, o Na não apresentou nenhuma correlação com qualquer dos demais parâmetros medidos no solo. A inexistência de concentrações apreciáveis de Cr na fração trocável do solo, impediu que fosse encontrada qualquer correlação entre este elemento e as demais variáveis medidas. Nas folhas, caules e serrapilheiras das duas espécies vegetais presentes foram medidas separadamente, as concentrções dos 5 elementos considerados. A concentração mineral foi similar entre as espécies e entre as partes vivas de cada espécie. A serrapilheira apresentou níveis mais baixos de Na e K, do que as partes vivas. Ca e Mg apresentaram concentrações similares entre as partes vivas e a serrapilheira. O Cr, no entanto, apresentou concentração de 10 a 20 vêzes maiores na serrapilheira em relação às partes vivas. A vegetação mostrou ser o principal concentrador dos elementos estudados, a partir do solo, com exceção do Cr, por outro lado porém, o maior reservatório de elementos foi o solo. Quando comparado com uma comunidade natural similar, o sistema estudado mostrou estar bastante afetado pela atividade humana na região. O solo no estuário do Rio Irajá apresentou um teor de Cr, cerca de 30 vêzes mais alto, e de matéria orgânica de cerca de 10 vêzes mais alto, que o solo da região estudada como controle, na baía de Sepetiba. As plantas apresentaram concentrações de Na, K, Ca e Mg, similares aquelas encontradas na comunidade natural. De uma maneira geral, a vegetação estudada acumula mais cromo quando este está presente em maiores concentrações no solo. Finalmente os resultados mostraram a importância da comunidade estudada como mediadora das transferências de minerais entre o ambiente terrestre e o estuarino. Tal fato, por conseguinte, ressalta a necessidade de estudos mais detalhados e da conservação deste tipo de comunidade.
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Dissertação T 581.191 L131c (Percorrer estante(Abre abaixo)) Disponível 00-1194

Dissertação (mestre) - Universidade Federal do Rio de Janeiro, 1980

O presente trabalho estuda a ciclagem de quatro elementos minerais nutrientes (Na, K, Ca e Mg), e de um metal pesado (Cr), em uma comunidade de halófitas no estuário do Rio Irajá, litoral sudoeste da baía de Guanabara, Rio de Janeiro. A comunidade é composta por duas espécies de halófitas perenes suculentas: Sesuvium portulacastrum (L.) L. e Philoxeros vermicularis Mog. Ambas as espécies tem porte herbáceo e cobrem literalmente toda a extensão da praia. A comunidade desenvolve-se sobre um solo tipicamente arenoso, sendo bastante influenciada pela atividade industrial da região. O sistema estudado foi dividido em dois níveis de organização: a comunidade como um todo; e o universo solo-planta dentro da comunidade. No primeiro nível, foram estudados os aportes e as saídas de elementos minerais do sistema. Os principais aportes minerais pra a comunidade são: a atmosfera (via precipitação seca e úmida), a maresia e, provavelmente, marés excepcionalmente altas de equimócio ou tempestades. Dentre estes aportes, somente o atmosférico foi quantificado. As saídas do sistema compreendem os escorrimentos laterais superficial e profundo. Dentre estes, somente o escorrimento lateral superficial pode ser quantificado. As concentrações minerais medidas na água de escorrimento superficial, quando comparadas aquelas medidas na água da chuva, mostraram que todos os elementos, com excessão do Cr, tiveram suas concentrações aumentadas ao atravessarem o sistema. Portanto, a comunidade como um todo desempenha um papel importante no bloqueio da transferência do Cr para o ecossistema estuarino, atuando como um imobilizador deste metal pesado. Por outro lado, pelo aumento das concentrações de Na, K, Ca e Mg, o sistema estuarino é enriquecido de minerais nutrientes essenciais. No segundo nível de organização, a comunidade foi submetida em três compartimentos: solo de superfície (0,0 cm a 5,0 cm), solo profundo (20,0 a 30,0 cm) e vegetação. No solo, foram determinados os teores de água, matéria orgânica, pH, e as concentrações trocáveis e totais dos cinco elementos estudados. os resultados mostraram que a movimentação dos elementos entre os dois horizontes do solo estudados, é controlada principalmente pelo teor de matéria orgânica e pelo grau de solubilização de cada elemento no solo. K, Ca e Mg, apresentaram correlações significativas entre si e com o teor de matéria orgânica do solo. Por outro lado, o Na não apresentou nenhuma correlação com qualquer dos demais parâmetros medidos no solo. A inexistência de concentrações apreciáveis de Cr na fração trocável do solo, impediu que fosse encontrada qualquer correlação entre este elemento e as demais variáveis medidas. Nas folhas, caules e serrapilheiras das duas espécies vegetais presentes foram medidas separadamente, as concentrções dos 5 elementos considerados. A concentração mineral foi similar entre as espécies e entre as partes vivas de cada espécie. A serrapilheira apresentou níveis mais baixos de Na e K, do que as partes vivas. Ca e Mg apresentaram concentrações similares entre as partes vivas e a serrapilheira. O Cr, no entanto, apresentou concentração de 10 a 20 vêzes maiores na serrapilheira em relação às partes vivas. A vegetação mostrou ser o principal concentrador dos elementos estudados, a partir do solo, com exceção do Cr, por outro lado porém, o maior reservatório de elementos foi o solo. Quando comparado com uma comunidade natural similar, o sistema estudado mostrou estar bastante afetado pela atividade humana na região. O solo no estuário do Rio Irajá apresentou um teor de Cr, cerca de 30 vêzes mais alto, e de matéria orgânica de cerca de 10 vêzes mais alto, que o solo da região estudada como controle, na baía de Sepetiba. As plantas apresentaram concentrações de Na, K, Ca e Mg, similares aquelas encontradas na comunidade natural. De uma maneira geral, a vegetação estudada acumula mais cromo quando este está presente em maiores concentrações no solo. Finalmente os resultados mostraram a importância da comunidade estudada como mediadora das transferências de minerais entre o ambiente terrestre e o estuarino. Tal fato, por conseguinte, ressalta a necessidade de estudos mais detalhados e da conservação deste tipo de comunidade.

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