Ilhas florestais, redes de interação formiga-planta e a conservação de processos ecológicos / Carine Emer.

Por: Emer, CarineColaborador(es):Venticinque, Eduardo Martins [Orientador] | Fonseca, Carlos Roberto [Coorientador]Detalhes da publicação: Manaus : [s.n.], 2011Notas: 52 fAssunto(s): Interação inseto-planta | Mutualismo | Mirmecófitas | Fragmentação florestal -- AmazôniaClassificação Decimal de Dewey: 574.52642 Recursos online: Clique aqui para acessar online Nota de dissertação: Dissertação (mestre)- Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia 2011 Sumário: O mutualismo formiga-planta é uma característica importante da biodiversidade na Amazônia. Tal trajetória co-evolutiva gerou redes de interação fortemente compartimentadas, atualmente ameaçadas por alterações ambientais. A recente demanda brasileira por energia tem levado a construção de uma série de hidrelétricas que causam perda de habitat e fragmentação devido à inundação provocada pelo represamento dos rios. O objetivo deste trabalho é testar como a fragmentação e a perda de habitat afetam a estrutura de redes de mutualismo formiga-planta, especificamente riqueza e densidade de espécies, conectância, modularidade e aninhamento. Nós comparamos as redes da floresta contínua com aquelas das ilhas e da borda do lago, bem como a mudança das redes das ilhas em relação à área, isolamento, forma e vizinhança. O estudo foi desenvolvido na Reserva Biológica do Uatumã na Amazônia Central, que inclui a floresta contínua em torno dos 3127 km2 do reservatório da hidrelétrica de Balbina e mais de 3500 ilhas. A comunidade formiga-mirmecófita foi investigada em plotes de 600 x 5 m em 20 ilhas, 5 áreas na borda do lago e 6 áreas na floresta contínua. A riqueza e a densidade de plantas e formigas foram menores nas ilhas e na borda do lago em relação à floresta, aumentou com a área e diminui com o isolamento das ilhas. A densidade de todas as espécies de plantas diminuiu da floresta para borda do lago e para as ilhas. A porcentagem de plantas desocupadas sem proteção de formigas foi três vezes maior nas ilhas em relação à floresta. As comunidades de plantas e de formigas, bem como as interações nas ilhas e na borda do lago são aninhadas com a comunidade da floresta. A rede de interação formiga-mirmecófita na floresta foi altamente compartimentada, enquanto que as redes das ilhas e da borda do lago perderam espécies, interações e compartimentos e ganharam novas espécies oportunistas de formigas. A conectância se manteve constante com a fragmentação da paisagem e não esteve relacionada a nenhuma característica das ilhas. História natural, características da paisagem, quebra de processos ecológicos, coextinção e novas interações foram discutidos como os principais fatores envolvidos no aninhamento das comunidades, mudanças nas redes, perda de espécies e manutenção da conectância. Coextinção e perda de interações por fragmentação por hidrelétricas podem influenciar processos evolutivos com importantes implicações para a conservação.
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Dissertação T 574.52642 E53i (Percorrer estante(Abre abaixo)) Disponível 12-0198

Dissertação (mestre)- Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia 2011

O mutualismo formiga-planta é uma característica importante da biodiversidade na Amazônia. Tal trajetória co-evolutiva gerou redes de interação fortemente compartimentadas, atualmente ameaçadas por alterações ambientais. A recente demanda brasileira por energia tem levado a construção de uma série de hidrelétricas que causam perda de habitat e fragmentação devido à inundação provocada pelo represamento dos rios. O objetivo deste trabalho é testar como a fragmentação e a perda de habitat afetam a estrutura de redes de mutualismo formiga-planta, especificamente riqueza e densidade de espécies, conectância, modularidade e aninhamento. Nós comparamos as redes da floresta contínua com aquelas das ilhas e da borda do lago, bem como a mudança das redes das ilhas em relação à área, isolamento, forma e vizinhança. O estudo foi desenvolvido na Reserva Biológica do Uatumã na Amazônia Central, que inclui a floresta contínua em torno dos 3127 km2 do reservatório da hidrelétrica de Balbina e mais de 3500 ilhas. A comunidade formiga-mirmecófita foi investigada em plotes de 600 x 5 m em 20 ilhas, 5 áreas na borda do lago e 6 áreas na floresta contínua. A riqueza e a densidade de plantas e formigas foram menores nas ilhas e na borda do lago em relação à floresta, aumentou com a área e diminui com o isolamento das ilhas. A densidade de todas as espécies de plantas diminuiu da floresta para borda do lago e para as ilhas. A porcentagem de plantas desocupadas sem proteção de formigas foi três vezes maior nas ilhas em relação à floresta. As comunidades de plantas e de formigas, bem como as interações nas ilhas e na borda do lago são aninhadas com a comunidade da floresta. A rede de interação formiga-mirmecófita na floresta foi altamente compartimentada, enquanto que as redes das ilhas e da borda do lago perderam espécies, interações e compartimentos e ganharam novas espécies oportunistas de formigas. A conectância se manteve constante com a fragmentação da paisagem e não esteve relacionada a nenhuma característica das ilhas. História natural, características da paisagem, quebra de processos ecológicos, coextinção e novas interações foram discutidos como os principais fatores envolvidos no aninhamento das comunidades, mudanças nas redes, perda de espécies e manutenção da conectância. Coextinção e perda de interações por fragmentação por hidrelétricas podem influenciar processos evolutivos com importantes implicações para a conservação.

Área de concentração : Ecologia de comunidades

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