Ecofisiologia de espécies arbóreas crescidas sob condições de plantios na Amazônia Central / Ronaldo Ribeiro de Morais.

Por: Morais, Ronaldo Ribeiro deColaborador(es):Gonçalves, José Francisco de Carvalho [Orientador] | Oliveira, Luiz Antônio de [Coorientador]Detalhes da publicação: Manaus 2003Notas: xix, 158 f. : ilAssunto(s): Ecofisiologia vegetal -- AmazôniaClassificação Decimal de Dewey: 582.16 Nota de dissertação: Tese (doutor) - INPA/UFAM, 2003 Sumário: O aumento da demanda por produtos agrícolas e madeireiros vem intensificando o desmatamento de grandes áreas na Amazônia Central. Por outro lado, os trabalhos visando a recomposição vegetal dessas áreas impactadas ainda são relativamente escassos. Os sistemas de plantio florestais apresentam-se como uma alternativa para a recuperação de áreas degradadas e/ou abandonadas na Amazônia Central. As espécies arbóreas apresentam exigências distintas por luz, água, nutrientes e CO2, possibilitando o uso diferenciado e mais eficiente desses recursos primários. Adicionalmente, na fase de crescimento e desenvolvimento, essas plantas apresentam considerável potencial de assimilação de carbono, absorção de nutrientes do solo, evitando a perda pelos processos de erosão, lixiviação e de volatização, melhorando as propriedades físicas, químicas e biológicas do solo. Contudo, a falta de conhecimentos fundamentais sobre as espécies tropicais tem sido apontada como um dos fatores limitantes para viabilizar projetos de manejo e/ou revegetação de áreas degradadas na Amazônia. Dessa forma, estudos ecofisiológicos são determinantes para o melhor entendimento de como as plantas se comportam sob condições naturais ou de plantios. O problema central para o estudo da ecofisiologia de espécies tropicais é caracterizar as variações espaciais e temporais nos processos de interações entre fatores bióticos e abióticos que permitam uma abordagem abrangente. Portanto, o objetivo desse trabalho foi estudar os efeitos dos fatores abióticos como luz, água, CO2 e nutrientes, abordando variáveis temporais (diferentes períodos do ano) e espaciais (folhas em diferentes estádios de desenvolvimento e ambientes distintos de luminosidade) em três espécies arbóreas (Carapa guianensis, Bertholletia excelsa e Dipteryx odorata) crescidas sob condições de plantios na Amazônia Central. O estudo foi realizado na estação experimental da Embrapa Ocidental (Manaus-AM-Brasil), coordenadas (3º8'S, 59º52'W). As variáveis analisadas envolvem a dinâmica dos nutrientes no sistema solo-planta, trocas gasosas, conteúdo dos fotoassimilados, concentração de pigmentos cloroplastídicos e a capacidade do aparato fotossintético para responder ao ambiente de luz. Os resultados mostraram alta correlação entre as concentrações dos nutrientes no solo com a variação sazonal da precipitação anual, havendo um aumento dessas concentrações no período de menor precipitação. Em relação ao status nutricional foliar das espécies, observou-se que todas apresentaram exigências e/ou estratégias diferenciadas quanto ao acúmulo de elementos minerais no tecido foliar, exibindo uma grande variação nos teores de nutrientes nos diferentes estádios de crescimento e desenvolvimento foliar, que de certa forma caracteriza o equilíbrio e a ciclagem de nutrientes no sistema solo-planta na Amazônia. As espécies estudadas utilizam diferentes estratégias na captação da energia luminosa, tanto incidente quanto difusa, obtendo assim uma eficiente aquisição de CO2 e, conseqüentemente, uma produção de fotoassimilados mais efetiva. D. odorata mostrou ser a espécie mais tolerante a altas radiações, observado pelos valores elevados das razões Chl a/b e Chl total/carotenóides. Os resultados mostram que o desempenho do aparato fotossintético foi mais eficiente no período chuvoso, ocorrendo uma maior assimilação de CO2, efetuada de maneira mais efetiva pelas folhas de sol, e mesmo no período seco, as plantas não estiveram sujeitas a condições estressantes que comprometeram o aparato fotossintético. C. guianensis mostrou ser a espécie de melhor adaptabilidade às condições impostas pelos fatores abióticos, apresentando pouca variação no seu desempenho em relação aos períodos distintos de disponibilidad hídrica do solo. Concluiu-se que os plantios apresentaram boas condições de sustentabilidade e que as três espécies estudadas mostraram-se aptas ao reflorestamento de áreas degradadas da Amazônia Central.
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Tese T 582.16 M827e (Percorrer estante(Abre abaixo)) Disponível 03-0919

Tese (doutor) - INPA/UFAM, 2003

O aumento da demanda por produtos agrícolas e madeireiros vem intensificando o desmatamento de grandes áreas na Amazônia Central. Por outro lado, os trabalhos visando a recomposição vegetal dessas áreas impactadas ainda são relativamente escassos. Os sistemas de plantio florestais apresentam-se como uma alternativa para a recuperação de áreas degradadas e/ou abandonadas na Amazônia Central. As espécies arbóreas apresentam exigências distintas por luz, água, nutrientes e CO2, possibilitando o uso diferenciado e mais eficiente desses recursos primários. Adicionalmente, na fase de crescimento e desenvolvimento, essas plantas apresentam considerável potencial de assimilação de carbono, absorção de nutrientes do solo, evitando a perda pelos processos de erosão, lixiviação e de volatização, melhorando as propriedades físicas, químicas e biológicas do solo. Contudo, a falta de conhecimentos fundamentais sobre as espécies tropicais tem sido apontada como um dos fatores limitantes para viabilizar projetos de manejo e/ou revegetação de áreas degradadas na Amazônia. Dessa forma, estudos ecofisiológicos são determinantes para o melhor entendimento de como as plantas se comportam sob condições naturais ou de plantios. O problema central para o estudo da ecofisiologia de espécies tropicais é caracterizar as variações espaciais e temporais nos processos de interações entre fatores bióticos e abióticos que permitam uma abordagem abrangente. Portanto, o objetivo desse trabalho foi estudar os efeitos dos fatores abióticos como luz, água, CO2 e nutrientes, abordando variáveis temporais (diferentes períodos do ano) e espaciais (folhas em diferentes estádios de desenvolvimento e ambientes distintos de luminosidade) em três espécies arbóreas (Carapa guianensis, Bertholletia excelsa e Dipteryx odorata) crescidas sob condições de plantios na Amazônia Central. O estudo foi realizado na estação experimental da Embrapa Ocidental (Manaus-AM-Brasil), coordenadas (3º8'S, 59º52'W). As variáveis analisadas envolvem a dinâmica dos nutrientes no sistema solo-planta, trocas gasosas, conteúdo dos fotoassimilados, concentração de pigmentos cloroplastídicos e a capacidade do aparato fotossintético para responder ao ambiente de luz. Os resultados mostraram alta correlação entre as concentrações dos nutrientes no solo com a variação sazonal da precipitação anual, havendo um aumento dessas concentrações no período de menor precipitação. Em relação ao status nutricional foliar das espécies, observou-se que todas apresentaram exigências e/ou estratégias diferenciadas quanto ao acúmulo de elementos minerais no tecido foliar, exibindo uma grande variação nos teores de nutrientes nos diferentes estádios de crescimento e desenvolvimento foliar, que de certa forma caracteriza o equilíbrio e a ciclagem de nutrientes no sistema solo-planta na Amazônia. As espécies estudadas utilizam diferentes estratégias na captação da energia luminosa, tanto incidente quanto difusa, obtendo assim uma eficiente aquisição de CO2 e, conseqüentemente, uma produção de fotoassimilados mais efetiva. D. odorata mostrou ser a espécie mais tolerante a altas radiações, observado pelos valores elevados das razões Chl a/b e Chl total/carotenóides. Os resultados mostram que o desempenho do aparato fotossintético foi mais eficiente no período chuvoso, ocorrendo uma maior assimilação de CO2, efetuada de maneira mais efetiva pelas folhas de sol, e mesmo no período seco, as plantas não estiveram sujeitas a condições estressantes que comprometeram o aparato fotossintético. C. guianensis mostrou ser a espécie de melhor adaptabilidade às condições impostas pelos fatores abióticos, apresentando pouca variação no seu desempenho em relação aos períodos distintos de disponibilidad hídrica do solo. Concluiu-se que os plantios apresentaram boas condições de sustentabilidade e que as três espécies estudadas mostraram-se aptas ao reflorestamento de áreas degradadas da Amazônia Central.

Área de concentração: Botânica.

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