Auto-ecologia de espécies de Couratari (Lecythidaceae): uma abordagem para o manejo e conservação / Lilian Costa Procópio.

Por: Procópio, Lilian CostaColaborador(es):Ferraz, Isolde Dorothea Kossmann [Orientadora] | Plínio Sist [Coorientador]Detalhes da publicação: Manaus : [s.n.], 2010Notas: 151 f. : ilAssunto(s): Tauari -- Distribuição geográfica | Germinação | Manejo | CouratariClassificação Decimal de Dewey: 583.42045 Recursos online: Clique aqui para acessar online Nota de dissertação: Tese (doutor) - Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia - INPA, 2010 Sumário: Tauari é uma das madeiras mais exploradas na Amazônia proveniente de várias espécies de Lecythidaceae. Contudo, a auto-ecologia destas espécies é mal conhecida, devido em parte, ao agrupamento sob o mesmo nome vernacular. Este estudo determina, primeiramente, as espécies de tauari ocorrentes nas florestas de terra firme do bioma Amazônia e os seus padrões de abundância e de distribuição geográfica. Em seguida, caracteriza aspectos da regeneração pela morfo-biometria funcional dos frutos e sementes e pela fisiologia da germinação. Por fim, o estudo define as estratégias de crescimento das árvores (DAP10 cm). Dados de herbários e inventários (400 ha) no bioma Amazônia foram usados para caracterizar as abundâncias e distribuições geográficas específicas. Descrições morfo-funcionais e medições de frutos e sementes foram feitas a partir de coletas em árvores da Amazônia Central (regiões de Manaus e Belterra, Brasil). A morfologia da germinação foi descrita a partir de experimentos em viveiro. A fisiologia da germinação foi analisada a partir de ensaios de tolerância das sementes ao dessecamento, o fotoblastimo e a capacidade de germinar em diferentes temperaturas constantes entre 15 e 35 °C. Estratégias de crescimento foram definidas com base nas taxas de crescimento diamétrico anual (médias e máximas) das árvores durante ~25 anos em florestas exploradas sob diversas intensidades (Paracou, Guiana Francesa; Belterra-PA, Brasil). O grupo tauari agrupa 14 espécies dos gêneros Couratari, Cariniana e Allantoma. Nove foram inventariadas no estudo. Couratari guianensis se destacou por sua maior área de distribuição e alta freqüência nos inventários, porém sempre com abundância baixa (1 árvore/ha). Cariniana micrantha, Couratari stellata, C. multiflora, C. oblongifolia apresentaram ampla distribuição (1.106 km²), alta freqüência e densidades localmente altas. Couratari atrovinosa, C. longipedicellata e C. tauari mostraram abundâncias baixas e distribuição regional ou restrita. O estudo traz novas informações sobre a carpologia de espécies pouco coletadas (C. atrovinosa, C. tauari, C. longipedicellata) e a primeira descrição do fruto de C. atrovinosa. Medições biométricas apontaram a necessidade de uma revisão das seções infragenéricas e/ou das variáveis dos frutos que determinam cada seção para cinco espécies simpátricas da Amazônia Central. A secagem lenta do fruto permite a dispersão gradual das sementes, única entre as Lecythidaceae. As plântulas das cinco espécies de Couratari com os cotilédones foliáceos fotossintetizantes e reserves no hipocótilo constituem um tipo morfo-funcional raro. O hipocótilo, dobrado abaixo da inserção dos cotilédones, era um tipo ainda não documentado. As sementes destas cinco espécies são tolerantes ao dessecamento, pois germinaram com teor de água abaixo de 7,9%. A germinação ocorreu na luz e no escuro. C. guianensis e C. stellata apresentavam germinação máxima entre 15 a 35 °C enquanto C. longipedicellata e C. atrovinosa germinaram menos abaixo de 20 °C e acima de 25 °C. A época de dispersão das sementes (estação seca ou chuvosa) permite separar as espécies. O manejo das sementes e a propagação destas espécies são facilitados pela tolerância ao dessecamento, a germinação rápida, sem necessidade de luz, e a temperatura de 25 °C adequada para avaliação da qualidade das sementes. A estratégia de crescimento definida para C. guianensis, C. multiflora e C. stellata, foi intrínseca da espécie e relacionada à densidade da madeira e tamanho máximo das adultas. C. stellata, emergente, teve um potencial de crescimento (PC) fraco no sub-dossel e muito maior acima (DAP 10-19 cm: 4 mm/ano; 30 cm: 16 mm/ano), com altas taxas de crescimento das maiores adultas (DAP30 cm; 4,6-5,9 cm/ano). Ao contrário, C. multiflora, espécie de dossel inferior, teve um PC negativamente correlato ao tamanho das árvores e o menor crescimento médio para as adultas (DAP30 cm: 1,8-2,3 mm/ano). O estímulo do crescimento pela exploração durou ~15 anos e foi maior nas áreas mais exploradas. O crescimento de C. multiflora foi positivamente correlato à intensidade da estação seca. As diferentes estratégias de crescimento têm conseqüências sobre o manejo florestal. Este trabalho permitiu classificar as espécies de Couratari estudadas como segundárias tardias.
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Tese T 583.42045 P963a (Percorrer estante(Abre abaixo)) Disponível 12-0021

Tese (doutor) - Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia - INPA, 2010

Tauari é uma das madeiras mais exploradas na Amazônia proveniente de várias espécies de Lecythidaceae. Contudo, a auto-ecologia destas espécies é mal conhecida, devido em parte, ao agrupamento sob o mesmo nome vernacular. Este estudo determina, primeiramente, as espécies de tauari ocorrentes nas florestas de terra firme do bioma Amazônia e os seus padrões de abundância e de distribuição geográfica. Em seguida, caracteriza aspectos da regeneração pela morfo-biometria funcional dos frutos e sementes e pela fisiologia da germinação. Por fim, o estudo define as estratégias de crescimento das árvores (DAP10 cm). Dados de herbários e inventários (400 ha) no bioma Amazônia foram usados para caracterizar as abundâncias e distribuições geográficas específicas. Descrições morfo-funcionais e medições de frutos e sementes foram feitas a partir de coletas em árvores da Amazônia Central (regiões de Manaus e Belterra, Brasil). A morfologia da germinação foi descrita a partir de experimentos em viveiro. A fisiologia da germinação foi analisada a partir de ensaios de tolerância das sementes ao dessecamento, o fotoblastimo e a capacidade de germinar em diferentes temperaturas constantes entre 15 e 35 °C. Estratégias de crescimento foram definidas com base nas taxas de crescimento diamétrico anual (médias e máximas) das árvores durante ~25 anos em florestas exploradas sob diversas intensidades (Paracou, Guiana Francesa; Belterra-PA, Brasil). O grupo tauari agrupa 14 espécies dos gêneros Couratari, Cariniana e Allantoma. Nove foram inventariadas no estudo. Couratari guianensis se destacou por sua maior área de distribuição e alta freqüência nos inventários, porém sempre com abundância baixa (1 árvore/ha). Cariniana micrantha, Couratari stellata, C. multiflora, C. oblongifolia apresentaram ampla distribuição (1.106 km²), alta freqüência e densidades localmente altas. Couratari atrovinosa, C. longipedicellata e C. tauari mostraram abundâncias baixas e distribuição regional ou restrita. O estudo traz novas informações sobre a carpologia de espécies pouco coletadas (C. atrovinosa, C. tauari, C. longipedicellata) e a primeira descrição do fruto de C. atrovinosa. Medições biométricas apontaram a necessidade de uma revisão das seções infragenéricas e/ou das variáveis dos frutos que determinam cada seção para cinco espécies simpátricas da Amazônia Central. A secagem lenta do fruto permite a dispersão gradual das sementes, única entre as Lecythidaceae. As plântulas das cinco espécies de Couratari com os cotilédones foliáceos fotossintetizantes e reserves no hipocótilo constituem um tipo morfo-funcional raro. O hipocótilo, dobrado abaixo da inserção dos cotilédones, era um tipo ainda não documentado. As sementes destas cinco espécies são tolerantes ao dessecamento, pois germinaram com teor de água abaixo de 7,9%. A germinação ocorreu na luz e no escuro. C. guianensis e C. stellata apresentavam germinação máxima entre 15 a 35 °C enquanto C. longipedicellata e C. atrovinosa germinaram menos abaixo de 20 °C e acima de 25 °C. A época de dispersão das sementes (estação seca ou chuvosa) permite separar as espécies. O manejo das sementes e a propagação destas espécies são facilitados pela tolerância ao dessecamento, a germinação rápida, sem necessidade de luz, e a temperatura de 25 °C adequada para avaliação da qualidade das sementes. A estratégia de crescimento definida para C. guianensis, C. multiflora e C. stellata, foi intrínseca da espécie e relacionada à densidade da madeira e tamanho máximo das adultas. C. stellata, emergente, teve um potencial de crescimento (PC) fraco no sub-dossel e muito maior acima (DAP 10-19 cm: 4 mm/ano; 30 cm: 16 mm/ano), com altas taxas de crescimento das maiores adultas (DAP30 cm; 4,6-5,9 cm/ano). Ao contrário, C. multiflora, espécie de dossel inferior, teve um PC negativamente correlato ao tamanho das árvores e o menor crescimento médio para as adultas (DAP30 cm: 1,8-2,3 mm/ano). O estímulo do crescimento pela exploração durou ~15 anos e foi maior nas áreas mais exploradas. O crescimento de C. multiflora foi positivamente correlato à intensidade da estação seca. As diferentes estratégias de crescimento têm conseqüências sobre o manejo florestal. Este trabalho permitiu classificar as espécies de Couratari estudadas como segundárias tardias.

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