Sucessão florestal em área astingida por tempestade convectiva na região de Manaus, Amazônia Central / Daniel Magnabosco Marra.

Por: Marra, Daniel MagnaboscoColaborador(es):Santos, Joaquim dos [Orientador] | Higuchi, Niro [Coorientador]Detalhes da publicação: Manaus : [s.n.], 2010Notas: 104 f. : il. colorAssunto(s): Degradação florestal -- Amazônia | Downburst | Blowdown | Distúrbios naturais | TempestadesClassificação Decimal de Dewey: 574.5 Recursos online: Clique aqui para acessar online Nota de dissertação: Dissertação (mestre)- INPA, 2010 Sumário: Distúrbios naturais participam do processo de formação e transformação da paisagem. Todavia, a mudança de padrões fisiográficos e bióticos das populações afetadas não está relacionada apenas com a ocorrencia de distúrbios. Na floresta amazônica, ventos com alto poder destrutivo são produzidos por tempestades convectivas, as quais são originadas em linhas de instabilidade, por meio do constraste de pressão e temperatura de diferentes massas de ar. Esses distúrbios são acompanhados por chuvas torrenciais, fortes ventos e descargas elétricas, que podem provocar alta mortalidade de árvores e vir a modificar a estrutura e o dossel das florestas. Entretanto, as consequências dos efeitos destas tempestades sobre a estrutura e o processo de sucessão, ainda são desconhecidos. Este trabalho descreveu a composição florística e a estrutura horizontal de uma floresta pertubada pela passagem de uma tempestade convectiva, que assolou a região central da Amazônia em Janeiro de 2005. O trecho de floresta pertubada foi comparado com um trecho de floresta adjacente não pertubado, o qual não sofre intervenções antrópicas há pelo menos 100 anos. A chuva de sementes na floresta pertubada também foi acompanhada. O trabalho foi desenvolvido na região noroeste da cidade de Manaus em uma floresta de terra firme, localizada na bacia do rio Cuieiras (02º33' S; 60º16' W). As 1.944 árvores amostradas na floresta pertubada se distribuem por 50 famílias, 143 gêneros e 284 espécies. Nesta floresta, cinco anos após o distúrbio, a densidade (442,6 ± 46,5 ind.ha -1) e a área basal (17,6 ± 3,2 m2.ha -1) do estrato mais danificado são inferiores às encontradas para a floresta não-pertubadas (584,3 ± 25,9 ind.ha -1 e 27,4 ± 1,8 m2.ha -1, respectivamente). Porém, a distribuição diamétrica da comunidade arbórea da floresta pertubada não difere da distribuição diamétrica da floresta não-pertubada (teste x2: p= 0,983), o que indica que a tempestade matou árvores de todas as classes de tamanho. A densidade de indivíduos mortos no estrato mais danificado da floresta pertubada é diferente da floresta não pertubada (p (menor que) 0,001). Na floresta pertubada, a densidade de indivíduos mortos nas áreas de encosta (130,8 ± 32,9 ind.ha -1) foi superior à densidade de indivíduos mortos nas áreas de platô (93,7 ± 33,7 ind.ha -1) e de baixio (72,7 ± 29,9 ind.ha -1). Os valores de riqueza (284 espécies) e diversidade (H'= 4,77 nats.ind. -1) da floresta pertubada são inferiores aos valores encontrados na floresta não-pertubada (917 e 5,85, respectivamente). Todavia, a riqueza e a diversidade de espécies da floresta pertubada são similares às encontradas em outras florestas de terra firme da Amazônia Central. A densidade de espécies pioneiras nas grandes clareiras foi maior do que nas áreas intactas. Provavelmente, mudanças nas condições ambientais nas áreas de grandes clareiras favoreceram o estabelecimento de tais espécies. Ao longo de um ano foram coletadas 5.366 sementes e/ou propágulos na chuva de sementes da floresta pertubada. Foram reconhecidas 232 morfoespécies e a densidade média de sementes foi de 24,8 ± 16,9 sementes.(m2) -1.ano -1 (IC= 95%). A riqueza média foi de 14,9 ± 0,3 espécies.(m2) -1.ano -1 (IC= 95%), valor este que variou ao longo dos meses (p (menor que) 0,00001).
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Dissertação (mestre)- INPA, 2010

Distúrbios naturais participam do processo de formação e transformação da paisagem. Todavia, a mudança de padrões fisiográficos e bióticos das populações afetadas não está relacionada apenas com a ocorrencia de distúrbios. Na floresta amazônica, ventos com alto poder destrutivo são produzidos por tempestades convectivas, as quais são originadas em linhas de instabilidade, por meio do constraste de pressão e temperatura de diferentes massas de ar. Esses distúrbios são acompanhados por chuvas torrenciais, fortes ventos e descargas elétricas, que podem provocar alta mortalidade de árvores e vir a modificar a estrutura e o dossel das florestas. Entretanto, as consequências dos efeitos destas tempestades sobre a estrutura e o processo de sucessão, ainda são desconhecidos. Este trabalho descreveu a composição florística e a estrutura horizontal de uma floresta pertubada pela passagem de uma tempestade convectiva, que assolou a região central da Amazônia em Janeiro de 2005. O trecho de floresta pertubada foi comparado com um trecho de floresta adjacente não pertubado, o qual não sofre intervenções antrópicas há pelo menos 100 anos. A chuva de sementes na floresta pertubada também foi acompanhada. O trabalho foi desenvolvido na região noroeste da cidade de Manaus em uma floresta de terra firme, localizada na bacia do rio Cuieiras (02º33' S; 60º16' W). As 1.944 árvores amostradas na floresta pertubada se distribuem por 50 famílias, 143 gêneros e 284 espécies. Nesta floresta, cinco anos após o distúrbio, a densidade (442,6 ± 46,5 ind.ha -1) e a área basal (17,6 ± 3,2 m2.ha -1) do estrato mais danificado são inferiores às encontradas para a floresta não-pertubadas (584,3 ± 25,9 ind.ha -1 e 27,4 ± 1,8 m2.ha -1, respectivamente). Porém, a distribuição diamétrica da comunidade arbórea da floresta pertubada não difere da distribuição diamétrica da floresta não-pertubada (teste x2: p= 0,983), o que indica que a tempestade matou árvores de todas as classes de tamanho. A densidade de indivíduos mortos no estrato mais danificado da floresta pertubada é diferente da floresta não pertubada (p (menor que) 0,001). Na floresta pertubada, a densidade de indivíduos mortos nas áreas de encosta (130,8 ± 32,9 ind.ha -1) foi superior à densidade de indivíduos mortos nas áreas de platô (93,7 ± 33,7 ind.ha -1) e de baixio (72,7 ± 29,9 ind.ha -1). Os valores de riqueza (284 espécies) e diversidade (H'= 4,77 nats.ind. -1) da floresta pertubada são inferiores aos valores encontrados na floresta não-pertubada (917 e 5,85, respectivamente). Todavia, a riqueza e a diversidade de espécies da floresta pertubada são similares às encontradas em outras florestas de terra firme da Amazônia Central. A densidade de espécies pioneiras nas grandes clareiras foi maior do que nas áreas intactas. Provavelmente, mudanças nas condições ambientais nas áreas de grandes clareiras favoreceram o estabelecimento de tais espécies. Ao longo de um ano foram coletadas 5.366 sementes e/ou propágulos na chuva de sementes da floresta pertubada. Foram reconhecidas 232 morfoespécies e a densidade média de sementes foi de 24,8 ± 16,9 sementes.(m2) -1.ano -1 (IC= 95%). A riqueza média foi de 14,9 ± 0,3 espécies.(m2) -1.ano -1 (IC= 95%), valor este que variou ao longo dos meses (p (menor que) 0,00001).

Área de concentração : Ecologia

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