Modelagem do impacto das mudanças no uso da terra e aumento dos gases de efeito estufa no balanço de umidade na Amazônia: um estudo com modelo regional da atmosfera / Vinícius Machado Rocha.

Por: Rocha, Vinícius MachadoColaborador(es):Correia, Francis Wagner Silva [Orientador]Detalhes da publicação: Manaus : [s.n.], 2010Notas: 184 f. : ilAssunto(s): Interação biosfera-atmosfera | Desmatamento -- Amazônia | Efeito estufa (atmosfera) | Modelagem ambiental | Umidade -- BalançoClassificação Decimal de Dewey: 551.6 Nota de dissertação: Dissertação (mestre) - INPA, 2010 Sumário: Efetuou-se um estudo de modelagem numérica utilizando um modelo de área limitada -modelo regional GEMBRAMS (Brazilian Regional Atmospheric Modeling System-BRAMS 4.2 acoplado ao modelo de vegetação dinâmica General Energy and Mass Transport Model-GEMTM), para avaliar os impactos no balanço de umidade decorrentes das mudanças no uso da terra na Amazônia e das mudanças no clima global, devido ao aumento na concentração de gases de efeito estufa (GEE) na atmosfera Utilizaram-se, neste estudo, quatro diferentes cenários: a) CNTRL (cobertura vegetal com desfloramento para o ano de 2000 e cenário atual de GEE proveniente do modelo climático Community Climate System Model-CCSM3; b) CEDES (cobertura vegetal com projeção de desfloramento para o ano de 2050 e cenário atual de GEE); c) CA2S50 (cenário de emissão de gases do efeito estufa A2 para o ano de 2050 e cobertura vegetal com desfloramnto para o ano de 2000); d) CA2D50 (cenário de emissão de gases do efeito estufa A2 para o ano de 2050 e cobertura vegetal com projeção de desflorestamento para o ano de 2050). Pra a projeção de desflorestamento referente ao uso de 2050 e cenário atual de emissão dos gases de efeito estufa, os impactos regionais mais significativos nos balanços de energia e água ocorreram na estação seca da região Amazônica, sendo a redução do comprimento das raízes, após o desflorestamento, e a redução na disponibilidade de água no solo (estresse hídrico), os principais responsáveis por tal resultado, uma vez que menos água no solo esteve disponível para a evapotranspiração. O efeito combinando do desflorestamento e aumento dos gases de efeito estufa, incluindo a interação entre os processos, apresentou mudanças mais intensas nos balanço de energia, água e temperatura, quando avaliado separadamente. O efeito do desflorestamento (cenário CEDES) contribui para reduzir a precipitação (8%0 e aumentar a temperatura da superfície em 0,6ºC na estação seca. A redução na precipitação foi decorrente das mudanças na evapotranspiração, na circulação regional e, consequentemente, no transporte umidade sobre bacia. O efeito geral do aumento dos gases do efeito estufa sem o desflorestamento, proposto no cenário CA2S50, foi a redução da precipitação anual em 24% e aumento na temperatura (2,3ºC); enquanto que no cenário combinado de desflorestamento e aumento dos gases de efeito estufa (CA2D50), a redução foi de 30% na precipitação anual e aumento de 2,8%C na temperatura sobre a Bacia Amazônica. O aumento na temperatura astá diretamente associado às mudanças nos balanços de radiação e de energia do sistema climático terrestre. Nos cenários CA2S50 e CA2D50, se verificou mudança na precipitação em quase todo o continente, com intensas anomalias negatrivas na porção centro-leste da bacia Amazônica e aumento significativo nas regiões Sul e Sudeste do Brasil. Na região dos Jatos de Baixos Níveis (SALLJ), a temperatura elevadaintensificou a baixa sobre o continente, conduzindo uma aceleração do jato de baixos níveis, aumentando a convergência de umidade na saída do jato e, consequentemente, a precipitação no Sul-Sudeste do Brasil. Em todos os cenários, o mecanismo de retroalimentação positivo é estabelecido, no qual às alterações na circulação regional e, por sua vez, na convergência de umidade, conduziram a um aredução no regime de precipitação na Amazônia. O mecanismo de retroalimentação positivo observado neste estudo configura-se um cenário preocupante, já que pode causar instabilidade no sistema. Tal instabilidade pode conduzir alterações severas nos ecossistemas naturais da Amazônia, uma vez que estes nâo apresentam grande capacidade de adaptação à magnitude das mudanças no clima, sobretudo se estas ocorrem em um curto intervalo de tempo.
Tags desta biblioteca: Sem tags desta biblioteca para este título. Faça o login para adicionar tags.
    Avaliação média: 0.0 (0 votos)
Tipo de material Biblioteca atual Setor Classificação Situação Previsão de devolução Código de barras
Livro Livro
Dissertação T 551.6 R672m (Percorrer estante(Abre abaixo)) Disponível 11-0330

Dissertação (mestre) - INPA, 2010

Efetuou-se um estudo de modelagem numérica utilizando um modelo de área limitada -modelo regional GEMBRAMS (Brazilian Regional Atmospheric Modeling System-BRAMS 4.2 acoplado ao modelo de vegetação dinâmica General Energy and Mass Transport Model-GEMTM), para avaliar os impactos no balanço de umidade decorrentes das mudanças no uso da terra na Amazônia e das mudanças no clima global, devido ao aumento na concentração de gases de efeito estufa (GEE) na atmosfera Utilizaram-se, neste estudo, quatro diferentes cenários: a) CNTRL (cobertura vegetal com desfloramento para o ano de 2000 e cenário atual de GEE proveniente do modelo climático Community Climate System Model-CCSM3; b) CEDES (cobertura vegetal com projeção de desfloramento para o ano de 2050 e cenário atual de GEE); c) CA2S50 (cenário de emissão de gases do efeito estufa A2 para o ano de 2050 e cobertura vegetal com desfloramnto para o ano de 2000); d) CA2D50 (cenário de emissão de gases do efeito estufa A2 para o ano de 2050 e cobertura vegetal com projeção de desflorestamento para o ano de 2050). Pra a projeção de desflorestamento referente ao uso de 2050 e cenário atual de emissão dos gases de efeito estufa, os impactos regionais mais significativos nos balanços de energia e água ocorreram na estação seca da região Amazônica, sendo a redução do comprimento das raízes, após o desflorestamento, e a redução na disponibilidade de água no solo (estresse hídrico), os principais responsáveis por tal resultado, uma vez que menos água no solo esteve disponível para a evapotranspiração. O efeito combinando do desflorestamento e aumento dos gases de efeito estufa, incluindo a interação entre os processos, apresentou mudanças mais intensas nos balanço de energia, água e temperatura, quando avaliado separadamente. O efeito do desflorestamento (cenário CEDES) contribui para reduzir a precipitação (8%0 e aumentar a temperatura da superfície em 0,6ºC na estação seca. A redução na precipitação foi decorrente das mudanças na evapotranspiração, na circulação regional e, consequentemente, no transporte umidade sobre bacia. O efeito geral do aumento dos gases do efeito estufa sem o desflorestamento, proposto no cenário CA2S50, foi a redução da precipitação anual em 24% e aumento na temperatura (2,3ºC); enquanto que no cenário combinado de desflorestamento e aumento dos gases de efeito estufa (CA2D50), a redução foi de 30% na precipitação anual e aumento de 2,8%C na temperatura sobre a Bacia Amazônica. O aumento na temperatura astá diretamente associado às mudanças nos balanços de radiação e de energia do sistema climático terrestre. Nos cenários CA2S50 e CA2D50, se verificou mudança na precipitação em quase todo o continente, com intensas anomalias negatrivas na porção centro-leste da bacia Amazônica e aumento significativo nas regiões Sul e Sudeste do Brasil. Na região dos Jatos de Baixos Níveis (SALLJ), a temperatura elevadaintensificou a baixa sobre o continente, conduzindo uma aceleração do jato de baixos níveis, aumentando a convergência de umidade na saída do jato e, consequentemente, a precipitação no Sul-Sudeste do Brasil. Em todos os cenários, o mecanismo de retroalimentação positivo é estabelecido, no qual às alterações na circulação regional e, por sua vez, na convergência de umidade, conduziram a um aredução no regime de precipitação na Amazônia. O mecanismo de retroalimentação positivo observado neste estudo configura-se um cenário preocupante, já que pode causar instabilidade no sistema. Tal instabilidade pode conduzir alterações severas nos ecossistemas naturais da Amazônia, uma vez que estes nâo apresentam grande capacidade de adaptação à magnitude das mudanças no clima, sobretudo se estas ocorrem em um curto intervalo de tempo.

Área de concentração: Clima e Ambiente

Não há comentários sobre este título.

para postar um comentário.

Clique em uma imagem para visualizá-la no visualizador de imagem

Powered by Koha