Estratégias de produção de sementes e estabelecimento de plântulas de Mauritia flexuosa L.f. (Arecaceae) no Vale do Acre/Brasil / Nívia Maria de Paulo Fernandes.

Por: Fernandes, Nívia Maria de PaulaColaborador(es):Mendonça, Maria Silvia de [Orientador]Detalhes da publicação: Manaus, [s.n.] 2002Notas: 231 p. : il. colorAssunto(s): Buriti -- Acre -- ReproduçãoClassificação Decimal de Dewey: 584.5043 Nota de dissertação: Tese (doutor) - INPA/UFAM, 2002 Sumário: Os indivíduos de Mauritia flexuosa L. f., o buriti, formam pequenos, médios e grandes buritizais no Vale do Acre. Embora característicos de ambiente inundável os buritizeiros conseguem estabelecer-se e reproduzir-se em condições de terra firme nas cidades do Vale do Acre. São estritamente dióicos, possuem flores morfologicamente hermafroditas, mas fisiologicamente unissexuais. Apresentam floração longa, profusa, sazonal e relacionada à estação seca. Os indivíduos masculinos apresentam predominantemente floração anual e os femininos bianual. O pico de abertura das flores dos dois sexos ocorre entre julho e setembro. Alguns buritizeiros lançam suas espatas de forma seqüenciada, outros, alternada. A frutificação do buriti é longa com duração média de nove meses. Para a maioria dos seus indivíduos, a frutificação ocorre de forma aperiódica e assincrônica. Embora os buritizeiros femininos maturem seus frutos na estação das chuvas, o início de sua frutificação e a dispersão de seus frutos apresenta sazonalidade ligada à estação seca, coincidindo o pico de disseminação dos seus frutos com o período de intensificação da estiagem na região, maio a julho. Os buritizeiros da terra firme variam bastante em sua fenofase de frutificação, podendo frutificar ao longo do ano inteiro. O número de infrutescências variou de um a oito por palmeira e a média de produção de frutos foi de 964 frutos por infrutescência e de 4.590 frutos por indivíduo. Considerando que alguns destes frutos são dispérmicos e outros partenocárpicos, a produção de sementes pode sofrer ligeira variação em relação ao valor apresentado. Dentro de um mesmo buritizal, a forma dos frutos varia de oblonga a ovada, mantendo-se uniforme no indivíduo. O pericarpo do fruto maduro é constituído por epicarpo escamoso, impermeável à água; mesocarpo carnoso e bastante oleoso; e endocarpo esponjoso. As sementes maduras são constituídas de endosperma duro; embrião com duas regiões distintas, a proximal, na tonalidade amarela, e a distal de coloração branco-leitoso; e por dois sistemas distintos de proteção, o tegumento externo e interno. O buriti é uma espécie que apresenta mais de uma estratégia de dispersão de diásporos: hidrocórica, zoocórica e predominantemente, barocórica, tendendo o diásporo a permanecer no local da disseminação. As sementes de buriti maturam antes dos frutos. A partir do momento em que o embrião apresenta a região proximal com coloração amarelada, cerca de dois meses antes da dispersão, correspondendo aos frutos com epicarpo na tonalidade coral, já apresentam capacidade germinativa. Todavia, são as sementes dos frutos com coloração vermelha, os pré-maduros, que apresentam o máximo de vigor e germinação. As sementes dos frutos maduros da espécie apresentam mecanismos de dormência. O buriti apresenta dois bancos de sementes distintos: água e substrato. Por suas sementes serem intolerantes ao dessecamento e extremamente tolerantes à submersão em água, o meio de estocagem mais eficiente é o aquoso. Sementes submersas em água por 24 dias apresentaram em média 95% de emergência em 42 dias, a contar da semeadura, além de rápido e uniforme desenvolvimento de suas plântulas. Acredita-se qie a aeração seja um fator determinante para a germinação das sementes de buriti. A estratégia da sementes para evitar a aeração do embrião pode estar associada ao seu tegumento interno que, na presença de água, e quando submetido às variações da temperatura diurna e noturna, sofre danos na região anelar do opérculo. A taxa de germinação de suas sementes não sofre interferência direta da intensidade de luz, entretanto, quanto mais intenso for o sombreamento, mais demorado será o período de germinação. As sementes de buriti necessitam de termoperíodo para acelerar sua germinação. A plântula de buriti é dotada de uma estrutura que promove a absorção dos nutrientes do endosperma, o haustório. Quando as reservas endospermáticas são esgotadas, a plântula já apresenta um aparato fotossintético, com eófilo distendido e sistema radicular definido. Neste momento, o haustório de desintegra, podendo a plântula ser considerada como estabelecida. Nos primeiros estágios de desenvolvimento, a plântula da espécie pode realizar suas funções vitais como tolerância à luz e à sombra, mas, ao exaurir as reservas da semente, passa a necessitar de luz para completar seu desenvolvimento.
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Tese T 584.5043 F363e (Percorrer estante(Abre abaixo)) Disponível 03-0564

Tese (doutor) - INPA/UFAM, 2002

Os indivíduos de Mauritia flexuosa L. f., o buriti, formam pequenos, médios e grandes buritizais no Vale do Acre. Embora característicos de ambiente inundável os buritizeiros conseguem estabelecer-se e reproduzir-se em condições de terra firme nas cidades do Vale do Acre. São estritamente dióicos, possuem flores morfologicamente hermafroditas, mas fisiologicamente unissexuais. Apresentam floração longa, profusa, sazonal e relacionada à estação seca. Os indivíduos masculinos apresentam predominantemente floração anual e os femininos bianual. O pico de abertura das flores dos dois sexos ocorre entre julho e setembro. Alguns buritizeiros lançam suas espatas de forma seqüenciada, outros, alternada. A frutificação do buriti é longa com duração média de nove meses. Para a maioria dos seus indivíduos, a frutificação ocorre de forma aperiódica e assincrônica. Embora os buritizeiros femininos maturem seus frutos na estação das chuvas, o início de sua frutificação e a dispersão de seus frutos apresenta sazonalidade ligada à estação seca, coincidindo o pico de disseminação dos seus frutos com o período de intensificação da estiagem na região, maio a julho. Os buritizeiros da terra firme variam bastante em sua fenofase de frutificação, podendo frutificar ao longo do ano inteiro. O número de infrutescências variou de um a oito por palmeira e a média de produção de frutos foi de 964 frutos por infrutescência e de 4.590 frutos por indivíduo. Considerando que alguns destes frutos são dispérmicos e outros partenocárpicos, a produção de sementes pode sofrer ligeira variação em relação ao valor apresentado. Dentro de um mesmo buritizal, a forma dos frutos varia de oblonga a ovada, mantendo-se uniforme no indivíduo. O pericarpo do fruto maduro é constituído por epicarpo escamoso, impermeável à água; mesocarpo carnoso e bastante oleoso; e endocarpo esponjoso. As sementes maduras são constituídas de endosperma duro; embrião com duas regiões distintas, a proximal, na tonalidade amarela, e a distal de coloração branco-leitoso; e por dois sistemas distintos de proteção, o tegumento externo e interno. O buriti é uma espécie que apresenta mais de uma estratégia de dispersão de diásporos: hidrocórica, zoocórica e predominantemente, barocórica, tendendo o diásporo a permanecer no local da disseminação. As sementes de buriti maturam antes dos frutos. A partir do momento em que o embrião apresenta a região proximal com coloração amarelada, cerca de dois meses antes da dispersão, correspondendo aos frutos com epicarpo na tonalidade coral, já apresentam capacidade germinativa. Todavia, são as sementes dos frutos com coloração vermelha, os pré-maduros, que apresentam o máximo de vigor e germinação. As sementes dos frutos maduros da espécie apresentam mecanismos de dormência. O buriti apresenta dois bancos de sementes distintos: água e substrato. Por suas sementes serem intolerantes ao dessecamento e extremamente tolerantes à submersão em água, o meio de estocagem mais eficiente é o aquoso. Sementes submersas em água por 24 dias apresentaram em média 95% de emergência em 42 dias, a contar da semeadura, além de rápido e uniforme desenvolvimento de suas plântulas. Acredita-se qie a aeração seja um fator determinante para a germinação das sementes de buriti. A estratégia da sementes para evitar a aeração do embrião pode estar associada ao seu tegumento interno que, na presença de água, e quando submetido às variações da temperatura diurna e noturna, sofre danos na região anelar do opérculo. A taxa de germinação de suas sementes não sofre interferência direta da intensidade de luz, entretanto, quanto mais intenso for o sombreamento, mais demorado será o período de germinação. As sementes de buriti necessitam de termoperíodo para acelerar sua germinação. A plântula de buriti é dotada de uma estrutura que promove a absorção dos nutrientes do endosperma, o haustório. Quando as reservas endospermáticas são esgotadas, a plântula já apresenta um aparato fotossintético, com eófilo distendido e sistema radicular definido. Neste momento, o haustório de desintegra, podendo a plântula ser considerada como estabelecida. Nos primeiros estágios de desenvolvimento, a plântula da espécie pode realizar suas funções vitais como tolerância à luz e à sombra, mas, ao exaurir as reservas da semente, passa a necessitar de luz para completar seu desenvolvimento.

Área de concentração: Botânica.

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