Quelônios, jacarés e ribeirinhos no Parque Nacional do Jaú (AM) / George Henrique Rebêlo.

Por: Rebêlo, George HenriqueColaborador(es):Abe, Augusto Shinya [Orientador]Detalhes da publicação: 2002Notas: 156 fAssunto(s): Ecologia humana -- Parque Nacional do Jaú (AM) | Jacaré -- Parque Nacional do Jaú (AM) | Manejo ambiental -- Parque Nacional do Jaú (AM) | Pesca artesanal -- Parque Nacional do Jaú (AM) | Quelônios -- Parque Nacional do Jaú (AM)Classificação Decimal de Dewey: 304.2 Nota de dissertação: Tese (doutorado)--Universidade Estadual de Campinas, 2002. Sumário: Quelônios e jacarés são recursos historicamente utilizados pelos moradores das florestas das planícies inundáveis da Amazônia. Ribeirinhos, obtém a maior parte da proteína capturando vertebrados aquáticos, sobretudo peixes. Mas quelônios e jacarés são importantes fontes de carne. Os rios de água preta e as terras que drenam tem baixo potencial para a subsistência das populações humanas e são considerados "rios da fome". A pergunta central deste trabalho é: como pode o homem sobreviver usando de forma prudente e sustentável recursos aparentemente tão escassos? A resolução de problemas relacionados ao manejo do Parque Nacional do Jaú (PNJ) determinou uma abordagem da questão em quatro capítulos: (1) Percepções sobre o consumo de quelônios na Amazônia. (2) Pesca artesanal de quelônios: a sustentabilidade do manejo local e ecologia humana. (3) Distribuição e abundância dos vertebrados aquáticos potencialmente explorados pelas pescarias locais. (4) Ecologia dos jacarés do PNJ: padrões de abundância, relações ecológicas, e impactos humanos. Há um consumo regular de quelônios na Amazônia, mas não há consenso sobre quais as melhores alternativas ao manejo atual (clandestino e descontrolado). A pesca artesanal de quelônios parece sustentável e o uso limitado de jacarés não causa perturbações visíveis na lenta recuperação de suas populações, após décadas de caça comercial. Quelônios constituem uma parcela considerável da biomassa de vertebrados aquáticos e são indicadores biológicos que podem ser utilizados no monitoramento dos habitats aquáticos do PNJ. Admitindo que uma unidade de conservação seja destinada a manter os processos ecológicos, genéticos, evolutivos, físicos e as populações compatíveis, o PNJ cumpre sua função nas planícies da Amazônia Central. A população de ribeirinhos faz parte dos processos ecológicos na área. Mas, mesmo que os processos sejam admitidos, resta ainda considerar a pobreza e a exclusão social, pois a comercialização de produtos como a pesca e caça de subsistência ainda não é admitida. Se eliminar a pobreza faz parte da sustentabilidade, na Amazônia o uso múltiplo dos recursos pode melhorar a renda das populações rurais, e não faz sentido eliminar produtos cuja produção pode ser sustentável, como a caça e o pescado. Manejar os recursos do PNJ em conjunto com os moradores pode ser a oportunidade de desenvolver uma nova estratégia com base no uso tradicional. A participação dos moradores do PNJ evoluiu. A questão de legitimidade é complementar aquela de saber se o co-manejo pode ter sucesso a longo prazo. Um planejamento participativo visando a manutenção dos processos e a produção monitorada poderia contribuir para reduzir a pobreza dos ribeirinhos. Bem como, justificar o reconhecimento dos seus direitos de populações tradicionais, em usar os recursos, mesmo em parques nacionais, protegendo sua base de recursos para manter seu modo de vida.
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Tese T 304.2 R291q (Percorrer estante(Abre abaixo)) Disponível 02-0495

Tese (doutorado)--Universidade Estadual de Campinas, 2002.

Quelônios e jacarés são recursos historicamente utilizados pelos moradores das florestas das planícies inundáveis da Amazônia. Ribeirinhos, obtém a maior parte da proteína capturando vertebrados aquáticos, sobretudo peixes. Mas quelônios e jacarés são importantes fontes de carne. Os rios de água preta e as terras que drenam tem baixo potencial para a subsistência das populações humanas e são considerados "rios da fome". A pergunta central deste trabalho é: como pode o homem sobreviver usando de forma prudente e sustentável recursos aparentemente tão escassos? A resolução de problemas relacionados ao manejo do Parque Nacional do Jaú (PNJ) determinou uma abordagem da questão em quatro capítulos: (1) Percepções sobre o consumo de quelônios na Amazônia. (2) Pesca artesanal de quelônios: a sustentabilidade do manejo local e ecologia humana. (3) Distribuição e abundância dos vertebrados aquáticos potencialmente explorados pelas pescarias locais. (4) Ecologia dos jacarés do PNJ: padrões de abundância, relações ecológicas, e impactos humanos. Há um consumo regular de quelônios na Amazônia, mas não há consenso sobre quais as melhores alternativas ao manejo atual (clandestino e descontrolado). A pesca artesanal de quelônios parece sustentável e o uso limitado de jacarés não causa perturbações visíveis na lenta recuperação de suas populações, após décadas de caça comercial. Quelônios constituem uma parcela considerável da biomassa de vertebrados aquáticos e são indicadores biológicos que podem ser utilizados no monitoramento dos habitats aquáticos do PNJ. Admitindo que uma unidade de conservação seja destinada a manter os processos ecológicos, genéticos, evolutivos, físicos e as populações compatíveis, o PNJ cumpre sua função nas planícies da Amazônia Central. A população de ribeirinhos faz parte dos processos ecológicos na área. Mas, mesmo que os processos sejam admitidos, resta ainda considerar a pobreza e a exclusão social, pois a comercialização de produtos como a pesca e caça de subsistência ainda não é admitida. Se eliminar a pobreza faz parte da sustentabilidade, na Amazônia o uso múltiplo dos recursos pode melhorar a renda das populações rurais, e não faz sentido eliminar produtos cuja produção pode ser sustentável, como a caça e o pescado. Manejar os recursos do PNJ em conjunto com os moradores pode ser a oportunidade de desenvolver uma nova estratégia com base no uso tradicional. A participação dos moradores do PNJ evoluiu. A questão de legitimidade é complementar aquela de saber se o co-manejo pode ter sucesso a longo prazo. Um planejamento participativo visando a manutenção dos processos e a produção monitorada poderia contribuir para reduzir a pobreza dos ribeirinhos. Bem como, justificar o reconhecimento dos seus direitos de populações tradicionais, em usar os recursos, mesmo em parques nacionais, protegendo sua base de recursos para manter seu modo de vida.

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