Inventário florístico e fisionômico da Amazônia : tendência de amostragem nos herbários e potencial do sensoriamento remoto / Bruce Walker Nelson.

Por: Nelson, Bruce WalkerColaborador(es):Rodrigues, William Antonio [Orientador]Detalhes da publicação: Manaus 1994Notas: 126 f. : ilAssunto(s): Fitogeografia -- Amazônia | Herbários -- AmazôniaClassificação Decimal de Dewey: 581.9811 Nota de dissertação: Tese (doutor) - INPA/UFAM, 1994 Sumário: Foram feitas duas abordagens fitogeográficas da Amazônia, uma florística e a outra fisionômica. A abordagem florística consistiu no mapeamento da distribuição geográfica do esforço de coleta de exsicatas para herbários, para toda a região da Amazônia brasileira. A abordagem fisionômica consistiu no mapeamento de certos tipos de vegetação, utilizando imagens obtidas por um sensor remoto óptico, cobrindo toda a extensão de floresta da Amazônia brasileira. Quanto aos herbários, foi demonstrado que: 1) a amostragem florística da Amazônia esteve geograficamente tendenciosa; 2) padrões geográficos de diversidade e de endemismo (propostos por outros autores) são, em parte, artefatos de amostragem, devido a esta tendenciosidade geográfica e, também, ao fato de a maioria das espécies amazônicas serem localmente raras; e 3) as evidências botânicas para a teoria de refúgios são, em parte, artefatos de amostragem. Como resultado do estudo fisionômico, foram confeccionados os primeiros mapas da extensão de floresta de bambu (92.000km²) e de florestas perturbadas por ventos fortes (330 feições, totalizando 900km²) na Amazônia brasileira. Foram quantificados, ainda, outros tipos de perturbação ou mudança natural: mortalidade sincrônica de bambus em ciclos de 26 a 29 anos; campos de dunas recentemente ativas (1.500km²); subclímax de fogo na serra Parima (600km²); penetração de queimadas em floresta densa, em ano El Niño ( 500km² ); penetração de queimadas em floresta de transição, no Mato Grosso ( 1068km²); e áreas de mortalidade por alagamento anômalo de terra firme, próximo de Manaus. Os mapas obtidos na abordagem fisionômica, utilizando imagens de satélite, demonstraram que o sensoriamento remoto constitui uma ferramenta válida para aquisição de um conjunto amostral não tendencioso, em ambientes extensos, inacessíveis e heterogêneos, como a Amazônia. Se concluiu, ainda, que a floresta amazônica é especialmente dinâmica, sofrendo perturbações e mudanças em diferentes escalas de espaço e tempo. Este dinamismo natural constitui um ''ruído" que poderá ofuscar o "sinal" de mudanças antrópicas sutis, muito procuradas pela comunidade científica, como, por exemplo, o aumento da deciduidade da floresta devido à diminuição de chuvas, ou a aceleração das taxas de produtividade e "turnover" de parcelas permanentes, devido ao incremento de gases-estufa.
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Tese T 581.9811 N424i (Percorrer estante(Abre abaixo)) Disponível 04-0432

Tese (doutor) - INPA/UFAM, 1994

Foram feitas duas abordagens fitogeográficas da Amazônia, uma florística e a outra fisionômica. A abordagem florística consistiu no mapeamento da distribuição geográfica do esforço de coleta de exsicatas para herbários, para toda a região da Amazônia brasileira. A abordagem fisionômica consistiu no mapeamento de certos tipos de vegetação, utilizando imagens obtidas por um sensor remoto óptico, cobrindo toda a extensão de floresta da Amazônia brasileira. Quanto aos herbários, foi demonstrado que: 1) a amostragem florística da Amazônia esteve geograficamente tendenciosa; 2) padrões geográficos de diversidade e de endemismo (propostos por outros autores) são, em parte, artefatos de amostragem, devido a esta tendenciosidade geográfica e, também, ao fato de a maioria das espécies amazônicas serem localmente raras; e 3) as evidências botânicas para a teoria de refúgios são, em parte, artefatos de amostragem. Como resultado do estudo fisionômico, foram confeccionados os primeiros mapas da extensão de floresta de bambu (92.000km²) e de florestas perturbadas por ventos fortes (330 feições, totalizando 900km²) na Amazônia brasileira. Foram quantificados, ainda, outros tipos de perturbação ou mudança natural: mortalidade sincrônica de bambus em ciclos de 26 a 29 anos; campos de dunas recentemente ativas (1.500km²); subclímax de fogo na serra Parima (600km²); penetração de queimadas em floresta densa, em ano El Niño ( 500km² ); penetração de queimadas em floresta de transição, no Mato Grosso ( 1068km²); e áreas de mortalidade por alagamento anômalo de terra firme, próximo de Manaus. Os mapas obtidos na abordagem fisionômica, utilizando imagens de satélite, demonstraram que o sensoriamento remoto constitui uma ferramenta válida para aquisição de um conjunto amostral não tendencioso, em ambientes extensos, inacessíveis e heterogêneos, como a Amazônia. Se concluiu, ainda, que a floresta amazônica é especialmente dinâmica, sofrendo perturbações e mudanças em diferentes escalas de espaço e tempo. Este dinamismo natural constitui um ''ruído" que poderá ofuscar o "sinal" de mudanças antrópicas sutis, muito procuradas pela comunidade científica, como, por exemplo, o aumento da deciduidade da floresta devido à diminuição de chuvas, ou a aceleração das taxas de produtividade e "turnover" de parcelas permanentes, devido ao incremento de gases-estufa.

Área de concentração: Botânica.

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