Ecologia da polinização e da dispersão de Caryocar brasiliense Camb. (Caryocaraceae) na região do Distrito Federal / Rogério Gribel.

Por: Gribel, RogérioColaborador(es):May, John DuVall [Orientador]Detalhes da publicação: Brasília 1986Notas: 110 f. : ilAssunto(s): Pequi -- Distrito Federal -- Ecologia | Pequi -- Distrito Federal -- ReproduçãoClassificação Decimal de Dewey: 582.016 Nota de dissertação: Dissertação (mestre) - Universidade de Brasília, 1986 Sumário: No presente trabalho foram estudados aspectos da ecologia reprodutiva de Caryocar brasiliense Camb. em vegetação de cerrado na região do Distrito Federal, no Brasil Central, entre setembro de 1983 e janeiro de 1985. Ênfase foi dada às interações da planta com a fauna regional nos processos de polinização e dispersão, sendo também abordados aspectos da fenologia, biologia floral, sistema reprodutivo, aborto de frutos e predação de sementes. Caryocar brasiliense renova a folhagem e floresce no final da estação seca. As flores são tipicamente quiropterófilas, apresentando modelo morfológico do tipo "pincel" de estames. A planta apresenta auto-incompatibilidade incompleta, sendo a proporção de frutos formados por polinização cruzada significativamente maior do que a formada por autopolinização. Não há formação de frutos por apornixia. Cinco espécies de morcegos visitam as flores de C. brasiliense na região de estudo: Glossophaga soricina, Anoura geoffroyi, Phyllostomus discolor, Vampyrops lineatus e Carollia perspicillata, sendo todas polinizadoras em potencial. Esfingídeos também visitam as flores freqüentemente e, dependendo do comprimento da probóscide, podem efeturar eventualmente a polinização. Os frutos alcançam a maturidade três a quatro meses após a floração. Em condições naturais somente cerca de 3% dos ovários desenvolvem-se até o estágio de fruto maduro, enquanto que cerca de 1% dos óvulos desenvolve-se até semente. Os frutos podem conter de 1 a 4 putâmens, que são as unidades de dispersão da espécie. Cada putâmen é coberto por uma polpa oleosa de coloração amarela, com cheiro forte e agradável. A semente é protegida por um endocarpo lenhoso coberto por milhares de pequenos espinhos finos e quebradiços. A dispersão dos propágulos a longa distância pode ser efetuada pela ema (Rhea americana) por endozoccoria. A dispersão a curta distância pode ser efetuada, por sinzoocoria, pela gralha (Cyanocorax cristatellus) e pela cotia (Dasyprocta sp), sendo que esta espécie frequentemente enterra os putâmens. A arara canindé (Ara ararauna) consegue romper o endocarpo e predar as sementes. As sementes também são predadas por larvas de lepidópteros do gênero Synanthedon (família Sesiidae).
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Dissertação T 582.016 G846e (Percorrer estante(Abre abaixo)) Disponível 86-0304
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Dissertação T 582.016 G846e (Percorrer estante(Abre abaixo)) Disponível 98-0518

Dissertação (mestre) - Universidade de Brasília, 1986

No presente trabalho foram estudados aspectos da ecologia reprodutiva de Caryocar brasiliense Camb. em vegetação de cerrado na região do Distrito Federal, no Brasil Central, entre setembro de 1983 e janeiro de 1985. Ênfase foi dada às interações da planta com a fauna regional nos processos de polinização e dispersão, sendo também abordados aspectos da fenologia, biologia floral, sistema reprodutivo, aborto de frutos e predação de sementes. Caryocar brasiliense renova a folhagem e floresce no final da estação seca. As flores são tipicamente quiropterófilas, apresentando modelo morfológico do tipo "pincel" de estames. A planta apresenta auto-incompatibilidade incompleta, sendo a proporção de frutos formados por polinização cruzada significativamente maior do que a formada por autopolinização. Não há formação de frutos por apornixia. Cinco espécies de morcegos visitam as flores de C. brasiliense na região de estudo: Glossophaga soricina, Anoura geoffroyi, Phyllostomus discolor, Vampyrops lineatus e Carollia perspicillata, sendo todas polinizadoras em potencial. Esfingídeos também visitam as flores freqüentemente e, dependendo do comprimento da probóscide, podem efeturar eventualmente a polinização. Os frutos alcançam a maturidade três a quatro meses após a floração. Em condições naturais somente cerca de 3% dos ovários desenvolvem-se até o estágio de fruto maduro, enquanto que cerca de 1% dos óvulos desenvolve-se até semente. Os frutos podem conter de 1 a 4 putâmens, que são as unidades de dispersão da espécie. Cada putâmen é coberto por uma polpa oleosa de coloração amarela, com cheiro forte e agradável. A semente é protegida por um endocarpo lenhoso coberto por milhares de pequenos espinhos finos e quebradiços. A dispersão dos propágulos a longa distância pode ser efetuada pela ema (Rhea americana) por endozoccoria. A dispersão a curta distância pode ser efetuada, por sinzoocoria, pela gralha (Cyanocorax cristatellus) e pela cotia (Dasyprocta sp), sendo que esta espécie frequentemente enterra os putâmens. A arara canindé (Ara ararauna) consegue romper o endocarpo e predar as sementes. As sementes também são predadas por larvas de lepidópteros do gênero Synanthedon (família Sesiidae).

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