Fontes autotróficas de energia em juvenis de jaraqui, Semaprochilodus insignis (Schomburgk, 1841) e curimatã, Prochilodus nigricans Agassisz, 1829 (Pisces: Prochilodontidae) da Amazônia Central / Justa M. Fernández.

Por: Fernández, Justa MColaborador(es):Forsberg, Bruce R [Orientador]Detalhes da publicação: Manaus [s.n.] 1993Notas: 58 f. : ilClassificação Decimal de Dewey: 597.0929 Nota de dissertação: Dissertação (mestre) - INPA/UFAM, 1993 Sumário: As macrófitas, principalmente gramíneas C4, são os produtores primários predominantes nas várzeas da Amazônia Central. Estas contribuem com 52% da produção total, seguida pelas árvores (32%), perifíton (8%) e fitoplâncton (8%) ( Junk, 1985). Devido a sua alta produção e alta taxa de decomposição, tradicionalmente têm sido assinaladas como principal fonte de energia para as cadeias tróficas detritívoras desses ecossistemas (Bayley, 1982; Junk, 1984). Trabalhos recentes (Araújo-Lima et al. 1986; Forsberg et al. (no prelo); Padovani 1992) com peixes adultos e macroinvertebrados detritívoros, usando análises de isótopos estáveis, têm rejeitado esta hipótese de que o carbono das plantas C4 poderia estar sendo aproveitado pelas fases juvenis dos peixes detritívoros. Para testar esta última hipótese, foram investigadas as fontes autotróficas de energia para os juvenis de duas espécies importantes nas pescarias da Amazônia Central: Semaprochilodus insignis (jaraqui) e Prochilodus nigricans (curimatã). Para estabelecer as fontes autotróficas de energia para estes juvenis, utilizou-se a razão dos isótopos de carbono estáveis (delta¹³C) como traçador nos tecidos e conteúdos estomacais, em combinação com observações dos ítens alimentares. Para as análises se contou com os valores médios de delta¹³C das macrófitas C4, macrófitas C3, fitoplâncton, perifíton e árvores (floresta inundade) da Amazônia Central, pertencentes ao Banco de dados do Projeto Camrex ("Carbon in the Amazon River Experiment", convênio NSF-CNPq). Os resultados deste estudo, demonstraram que as plantas C3, como um grupo, foram a principal fonte de energia para os juvenis das duas espécies (jaraqui e curimatã) rejeitando-se a hipótese acima exposta. A contribuição do carbono das plantas C4 para os juvenis, variou durante o seu desenvolvimento, contribuindo com 42% do carbono nas classes de tamanho 55 mm, diminuindo até zero nas classes de tamanho 85 mm. Mesmo que as plantas C4 não sejam a maior fonte de energia para os alevinos, contribuem significantemente para a energia destes durante a fase inicial do seu crescimento, que é o período crítico para a sua sobrevivência. Os dados de isótopos de carbono estáveis e análise de conteúdo estomacal, indicaram que a maior fonte de energia para os juvenis de jaraqui e curimatã na Amazônia Central são as algas fitoplanctônicas e perifíticas apesar de seu baixo "standing crops".
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Dissertação (mestre) - INPA/UFAM, 1993

As macrófitas, principalmente gramíneas C4, são os produtores primários predominantes nas várzeas da Amazônia Central. Estas contribuem com 52% da produção total, seguida pelas árvores (32%), perifíton (8%) e fitoplâncton (8%) ( Junk, 1985). Devido a sua alta produção e alta taxa de decomposição, tradicionalmente têm sido assinaladas como principal fonte de energia para as cadeias tróficas detritívoras desses ecossistemas (Bayley, 1982; Junk, 1984). Trabalhos recentes (Araújo-Lima et al. 1986; Forsberg et al. (no prelo); Padovani 1992) com peixes adultos e macroinvertebrados detritívoros, usando análises de isótopos estáveis, têm rejeitado esta hipótese de que o carbono das plantas C4 poderia estar sendo aproveitado pelas fases juvenis dos peixes detritívoros. Para testar esta última hipótese, foram investigadas as fontes autotróficas de energia para os juvenis de duas espécies importantes nas pescarias da Amazônia Central: Semaprochilodus insignis (jaraqui) e Prochilodus nigricans (curimatã). Para estabelecer as fontes autotróficas de energia para estes juvenis, utilizou-se a razão dos isótopos de carbono estáveis (delta¹³C) como traçador nos tecidos e conteúdos estomacais, em combinação com observações dos ítens alimentares. Para as análises se contou com os valores médios de delta¹³C das macrófitas C4, macrófitas C3, fitoplâncton, perifíton e árvores (floresta inundade) da Amazônia Central, pertencentes ao Banco de dados do Projeto Camrex ("Carbon in the Amazon River Experiment", convênio NSF-CNPq). Os resultados deste estudo, demonstraram que as plantas C3, como um grupo, foram a principal fonte de energia para os juvenis das duas espécies (jaraqui e curimatã) rejeitando-se a hipótese acima exposta. A contribuição do carbono das plantas C4 para os juvenis, variou durante o seu desenvolvimento, contribuindo com 42% do carbono nas classes de tamanho 55 mm, diminuindo até zero nas classes de tamanho 85 mm. Mesmo que as plantas C4 não sejam a maior fonte de energia para os alevinos, contribuem significantemente para a energia destes durante a fase inicial do seu crescimento, que é o período crítico para a sua sobrevivência. Os dados de isótopos de carbono estáveis e análise de conteúdo estomacal, indicaram que a maior fonte de energia para os juvenis de jaraqui e curimatã na Amazônia Central são as algas fitoplanctônicas e perifíticas apesar de seu baixo "standing crops".

Área de concentração: Biologia de Água Doce e Pesca Interior.

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