Conhecer para conservar: Crax globulosa (Aves: Cracidae), da genética de populações à seleção do habitat / Gabriel Augusto Leite

Por: Leite, Gabriel AugustoColaborador(es):Farias, Izeni Pires [Orientadora] | Peres, Carlos Augusto [Coorientador]Detalhes da publicação: Manaus: [s.n.], 2017Notas: xvi, 118 f.: il., color.; 30 cmAssunto(s): Mutum-piurí | Crax globulosaClassificação Decimal de Dewey: 598.6 Recursos online: Clique aqui para acessar online Nota de dissertação: Tese (doutor) - Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia - INPA, 2017 Sumário: O planeta está passando por um novo processo de extinção em massa, mas diferente das anteriores, o principal responsável é o homem. Muitas espécies foram extintas sem ao menos conhecermos um pouco da sua história natural. O mutum-piurí (Crax globulosa) pertence a família Cracidae, uma das mais ameaçadas do Neotrópico com poucos estudos na área de genética e/ou ecologia. A espécie está ameaçada de extinção, com a caça, perda do habitat e baixa densidade populacional sendo os principais responsáveis. Nesse trabalho realizamos estudos avaliando a diversidade genética, estrutura populacional, tamanho efetivo populacional de cinco populações (quatro no Brasil e uma no Peru), com genes mitocondriais ND2 e ND5 e marcadores nucleares SNPs. Verificamos o tamanho da área de vida e seleção de habitat utilizando a técnica de telemetria VHF e pesquisamos a biologia reprodutiva da espécie no médio rio Juruá. O objetivo foi analisar se a espécie passa por uma redução na sua variabilidade genética, se as diferentes populações podem ser tratadas de forma distinta em futuras estratégias de manejo e se a escolha por determinado habitat aumenta o risco de extinção da espécie. Os resultados dos genes mitocondriais mostram que as populações possuem uma alta diversidade haplotípica, com três principais grupos biológicos, que a população do Peru não compartilha haplóticos com as populações do Brasil e que o índice Fst mostrou uma alta estruturação populacional. Os marcadores nucleares também mostraram uma diversidade genética média e as populações mostraram possuir seis grupos biológicos. O tamanho médio da área de vida foi de 283 ha, com uma seleção por habitats próximos a água e que alagam pelo menos de 6-8 meses ao ano, permanecendo sempre em floresta de várzea. A espécie se reproduz na época da seca (julho-setembro), construindo ninhos próximos a água. Devido a sua seleção por habitats próximo a corpos d’água na floresta de várzea, a espécie corre uma dupla ameaça, pois esses locais são os primeiros a serem desmatados e a espécie fica mais susceptível a caça, pelo fato desses locais serem muito utilizados pelos ribeirinhos. Uma das alternativas para a diminuição dessas ameaças é a criação de reservas de proteção integral na área de distribuição de Crax globulosa, além da educação ambiental, com objetivo de mostrar a população local a importância da espécie para o meio ambiente e para o homem. No que diz respeito ao manejo genético, é recomendado tratar as populações principalmente do Brasil e Peru de maneira distinta, pois apresentaram uma estruturação genética alta e não compartilhamento de haplótipos.
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Tese (doutor) - Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia - INPA, 2017

O planeta está passando por um novo processo de extinção em massa, mas diferente das anteriores, o principal responsável é o homem. Muitas espécies foram extintas sem ao menos conhecermos um pouco da sua história natural. O mutum-piurí (Crax globulosa) pertence a família Cracidae, uma das mais ameaçadas do Neotrópico com poucos estudos na área de genética e/ou ecologia. A espécie está ameaçada de extinção, com a caça, perda do habitat e baixa densidade populacional sendo os principais responsáveis. Nesse trabalho realizamos estudos avaliando a diversidade genética, estrutura populacional, tamanho efetivo populacional de cinco populações (quatro no Brasil e uma no Peru), com genes mitocondriais ND2 e ND5 e marcadores nucleares SNPs. Verificamos o tamanho da área de vida e seleção de habitat utilizando a técnica de telemetria VHF e pesquisamos a biologia reprodutiva da espécie no médio rio Juruá. O objetivo foi analisar se a espécie passa por uma redução na sua variabilidade genética, se as diferentes populações podem ser tratadas de forma distinta em futuras estratégias de manejo e se a escolha por determinado habitat aumenta o risco de extinção da espécie. Os resultados dos genes mitocondriais mostram que as populações possuem uma alta diversidade haplotípica, com três principais grupos biológicos, que a população do Peru não compartilha haplóticos com as populações do Brasil e que o índice Fst mostrou uma alta estruturação populacional. Os marcadores nucleares também mostraram uma diversidade genética média e as populações mostraram possuir seis grupos biológicos. O tamanho médio da área de vida foi de 283 ha, com uma seleção por habitats próximos a água e que alagam pelo menos de 6-8 meses ao ano, permanecendo sempre em floresta de várzea. A espécie se reproduz na época da seca (julho-setembro), construindo ninhos próximos a água. Devido a sua seleção por habitats próximo a corpos d’água na floresta de várzea, a espécie corre uma dupla ameaça, pois esses locais são os primeiros a serem desmatados e a espécie fica mais susceptível a caça, pelo fato desses locais serem muito utilizados pelos ribeirinhos. Uma das alternativas para a diminuição dessas ameaças é a criação de reservas de proteção integral na área de distribuição de Crax globulosa, além da educação ambiental, com objetivo de mostrar a população local a importância da espécie para o meio ambiente e para o homem. No que diz respeito ao manejo genético, é recomendado tratar as populações principalmente do Brasil e Peru de maneira distinta, pois apresentaram uma estruturação genética alta e não compartilhamento de haplótipos.

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