Desvendando padrões estruturais, efeito do tamanho e isolamento de fragmentos florestais na florística, na riqueza e diversidade em Alter do Chão, na Amazônia Oriental Brasileira / Iêda Leão do Amaral

Colaborador(es):Guillaumet, Jean-Louis [Orientador] | Magnusson, William Ernest [Coorientador]Detalhes da publicação: Manaus 2016Notas: xi, 81 p. il. p&b, 29 cmAssunto(s): Floresta | Dinâmica de populaçãoClassificação Decimal de Dewey: 634 Recursos online: Clique aqui para acessar online Nota de dissertação: Tese (doutor) - INPA 2016 Sumário: Os antigos Fragmentos Florestais (FF) que ocorrem na Amazônia são pouco estudados, principalmente os que se encontram incrustados em savanas. As abordagens que existem, na sua maioria, estão voltadas para fragmentos que ocorrem na borda da bacia, fragmentos inundáveis (ilhas de rios), ou que estão em região de ecótono entre a Floresta Amazônica e o Cerrado do Brasil Central. Estudos voltados a flora de fragmentos florestais, que se encontram encrustrados em savanas, como as de Alter do Chão, são praticamente inexistentes, os que existem enfocaram fauna, tanto entomofauna, como avifauna, mesofauna e macrofauna. Por esse motivo, o estudo buscou avaliar a influência de variáveis extrínsecas como isolamento, tamanho dos fragmentos, distância à mata contínua (DMC) e distância da água (DA), na composição, riqueza e diversidade florística, bem como na abundância e estrutura das comunidades vegetais. Na sequência, a comparação dos resultados das comunidades fragmentadas com os da Floresta Estacional Semidecídua, que fica ao redor da savana. As análises foram conduzidas em 25 fragmentos florestais, nos quais foram implementadas 4 subparcelas de 2x250 m. O mesmo procedimento foi empregado nas nove amostras de mata contínua. A inclusão de indivíduos obedeceu ao critério mínimo de 4 cm de circunferência à altura do peito (CAP), que corresponde a 1,27 cm de diâmetro à altura do peito (DAP), a 1,30 m acima do solo. Os indivíduos foram numerados com placas de alumínio, identificados e amostras botânicas foram coletadas para identificação das espécies. A densidade de plantas e riqueza de espécies foram comparadas entre fragmentos florestais e a mata contínua, pelo teste-t, e as diferenças na composição, pela análise de agrupamento. Utilizou-se regressão linear para avaliar o efeito do tamanho dos fragmentos e distância à mata contínua, sobre a área basal e o diâmetro. A diversidade alfa foi estimada pelo índice α-Fisher, o qual é pouco influenciado pelo tamanho da amostra e regressão linear múltipla para investigar quais os fatores que influenciaram na variação da diversidade alfa (α) e na riqueza de espécie dos fragmentos florestais, analisada pelos preditores: 1) tamanho dos fragmentos florestais (S); 2) distância da mata contínua (DMC) e 3) distância da água (DA). A avaliação das mudanças na composição florística foi realizada por meio da análise dos processos de substituição e aninhamento, aplicando o método de ordenação Análise de Coordenadas Principais (PCoA). O estudo registrou 387 espécies em fragmento florestais e 320 na mata contínua. Myrcia splendens (Sw.) DC. (916 indivíduos), Ocotea longifolia Kunth (649), Casearia javitensis Kunth (623), Siparuna guianensis Aubl. (464) e Lacmellea arborescens (Mull.Arg.) Markgrave (416) foram as espécies com maior número de indivíduos, representando 18% do total de indivíduos dos dois ambientes (FF e MC). O teste de mádia mostrou que há diferença nas espécies exclusivas localmente, as quais ocorreram com maior intensidade na mata contínua. Quanto a riqueza de espécies, os fragmentgos florestais de Alter do Chão comportam muitas espécies arbóreas que são encontradas na mata contínua. Estruturalmente, o diâmetro médio à altura do peito (DAPM) e a área basal total (ABT) apresentaram relação negativa com a distância à mata contínua (DMC). A similaridade revelou dois grupos (GI e GII), onde GII foi composto exclusivamente por parcelas de fragmentos. Composicionalmente, os fragmentos diferem da floresta contínua, mas estruturalmente são semelhantes entre si. A variação da diversidade alfa (α) dos fragmentos florestais mostrou correlação positiva com a área dos fragmentos florestais e a regressão foi significativa (r²=0,32; p= 0,012). A ordenação em duas dimensões com Escalonamento multidimensional não métrico (NMDS) mostrou que a maioria das amostras dos fragmentos florestais ficaram disjuntas da mata contínua, evidenciando que a separação foi maior que o esperado ao acaso pela análise de similaridade (ANOSIM: r= 0,2883; p= 0,002). Os resultados da Análise de Coordenadas Principais (PCoA), com o uso da primeira PCoA na análise de regressão múltipla, indicou que o tamanho dos fragmentos florestais, distância à mata contínua e a distância da água atuaram significativamente na ordenação da comunidade (r²=0,29; p= 0,017), apresentando padrão de aninhamento, com o modelo ajustado. No padrão de substituição de espécie a regressão múltipla, também foi significativa (r²=0,60; p= 0,000049), tendo como maior influência a distância da mata contínua (t= 4,31; p= 0,00031). O padrão de diversidade local foi melhor explicado pela diversidade beta (ẞ) e a distância à mata contínua foi substancial na explicação de mudança da composição e substituição de espécie. Os valores de especificidade composicional indicaram que os fragmentos florestais mais distantes da mata contínua continham espécies que normalmente ocorrem em florestas secundária.
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Tese T 634 A485d (Percorrer estante(Abre abaixo)) Disponível 2017-0291

Tese (doutor) - INPA 2016

Os antigos Fragmentos Florestais (FF) que ocorrem na Amazônia são pouco estudados, principalmente os que se encontram incrustados em savanas. As abordagens que existem, na sua maioria, estão voltadas para fragmentos que ocorrem na borda da bacia, fragmentos inundáveis (ilhas de rios), ou que estão em região de ecótono entre a Floresta Amazônica e o Cerrado do Brasil Central. Estudos voltados a flora de fragmentos florestais, que se encontram encrustrados em savanas, como as de Alter do Chão, são praticamente inexistentes, os que existem enfocaram fauna, tanto entomofauna, como avifauna, mesofauna e macrofauna. Por esse motivo, o estudo buscou avaliar a influência de variáveis extrínsecas como isolamento, tamanho dos fragmentos, distância à mata contínua (DMC) e distância da água (DA), na composição, riqueza e diversidade florística, bem como na abundância e estrutura das comunidades vegetais. Na sequência, a comparação dos resultados das comunidades fragmentadas com os da Floresta Estacional Semidecídua, que fica ao redor da savana. As análises foram conduzidas em 25 fragmentos florestais, nos quais foram implementadas 4 subparcelas de 2x250 m. O mesmo procedimento foi empregado nas nove amostras de mata contínua. A inclusão de indivíduos obedeceu ao critério mínimo de 4 cm de circunferência à altura do peito (CAP), que corresponde a 1,27 cm de diâmetro à altura do peito (DAP), a 1,30 m acima do solo. Os indivíduos foram numerados com placas de alumínio, identificados e amostras botânicas foram coletadas para identificação das espécies. A densidade de plantas e riqueza de espécies foram comparadas entre fragmentos florestais e a mata contínua, pelo teste-t, e as diferenças na composição, pela análise de agrupamento. Utilizou-se regressão linear para avaliar o efeito do tamanho dos fragmentos e distância à mata contínua, sobre a área basal e o diâmetro. A diversidade alfa foi estimada pelo índice α-Fisher, o qual é pouco influenciado pelo tamanho da amostra e regressão linear múltipla para investigar quais os fatores que influenciaram na variação da diversidade alfa (α) e na riqueza de espécie dos fragmentos florestais, analisada pelos preditores: 1) tamanho dos fragmentos florestais (S); 2) distância da mata contínua (DMC) e 3) distância da água (DA). A avaliação das mudanças na composição florística foi realizada por meio da análise dos processos de substituição e aninhamento, aplicando o método de ordenação Análise de Coordenadas Principais (PCoA). O estudo registrou 387 espécies em fragmento florestais e 320 na mata contínua. Myrcia splendens (Sw.) DC. (916 indivíduos), Ocotea longifolia Kunth (649), Casearia javitensis Kunth (623), Siparuna guianensis Aubl. (464) e Lacmellea arborescens (Mull.Arg.) Markgrave (416) foram as espécies com maior número de indivíduos, representando 18% do total de indivíduos dos dois ambientes (FF e MC). O teste de mádia mostrou que há diferença nas espécies exclusivas localmente, as quais ocorreram com maior intensidade na mata contínua. Quanto a riqueza de espécies, os fragmentgos florestais de Alter do Chão comportam muitas espécies arbóreas que são encontradas na mata contínua. Estruturalmente, o diâmetro médio à altura do peito (DAPM) e a área basal total (ABT) apresentaram relação negativa com a distância à mata contínua (DMC). A similaridade revelou dois grupos (GI e GII), onde GII foi composto exclusivamente por parcelas de fragmentos. Composicionalmente, os fragmentos diferem da floresta contínua, mas estruturalmente são semelhantes entre si. A variação da diversidade alfa (α) dos fragmentos florestais mostrou correlação positiva com a área dos fragmentos florestais e a regressão foi significativa (r²=0,32; p= 0,012). A ordenação em duas dimensões com Escalonamento multidimensional não métrico (NMDS) mostrou que a maioria das amostras dos fragmentos florestais ficaram disjuntas da mata contínua, evidenciando que a separação foi maior que o esperado ao acaso pela análise de similaridade (ANOSIM: r= 0,2883; p= 0,002). Os resultados da Análise de Coordenadas Principais (PCoA), com o uso da primeira PCoA na análise de regressão múltipla, indicou que o tamanho dos fragmentos florestais, distância à mata contínua e a distância da água atuaram significativamente na ordenação da comunidade (r²=0,29; p= 0,017), apresentando padrão de aninhamento, com o modelo ajustado. No padrão de substituição de espécie a regressão múltipla, também foi significativa (r²=0,60; p= 0,000049), tendo como maior influência a distância da mata contínua (t= 4,31; p= 0,00031). O padrão de diversidade local foi melhor explicado pela diversidade beta (ẞ) e a distância à mata contínua foi substancial na explicação de mudança da composição e substituição de espécie. Os valores de especificidade composicional indicaram que os fragmentos florestais mais distantes da mata contínua continham espécies que normalmente ocorrem em florestas secundária.

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