Mecanismos de regulação hídrica associados à redução na fotossíntese em árvores de dossel na Amazônia Central / Maquelle Neves Garcia.

Por: Garcia, Maquelle NevesColaborador(es):Gonçalves, José Francisco de Carvalho [Orientador] | Ferreira, Marciel José [Coorientador]Detalhes da publicação: Manaus: [s.n.], 2016Notas: ix, 56f.: ilAssunto(s): FotossínteseClassificação Decimal de Dewey: 634.9 Recursos online: Clique aqui para acessar online Nota de dissertação: Dissertação (mestre) - Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia - INPA, 2016 Sumário: Considerando os eventos relacionados às mudanças climáticas, em particular, a ocorrência de secas extremas (e. g. El Niño), a floresta pode apresentar queda na produtividade primária e aumento de mortalidade de árvores. Tanto a produtividade quanto a mortalidade têm grande impacto no balanço global de carbono, particularmente, sobre a mortalidade de árvores as principais hipóteses têm sido elaboradas a partir do contexto associando as relações hídricas como principal fator. Neste sentido, argumenta-se que a intensificação de eventos de seca, aumenta a susceptibilidade das plantas à morte por falha hidráulica ou por depleção de carboidratos em resposta ao fechamento estomático. Assim, o presente estudo tem como objetivo investigar as diferenças nas relações hídricas e indicar evidências da tolerância à seca em árvores de dossel na Amazônia central, em ano de ocorrência do fenômeno climático El niño (2015-2016). As variáveis analisadas foram as seguintes: progressões diárias de potenciais hídricos, densidade da madeira, característica morfoanatômicas (massa foliar específica, índice estomático, densidade de estômatos, espessura da epiderme superior e inferior, e do parênquima paliçádico e lacunoso) parâmetros de trocas gasosas (fotossíntese à luz saturante, condutância estomática, e transpiração) teores de carboidratos não estruturais (açúcares solúveis totais, e amido), solutos osmorreguladores (prolina e potássio) e características hídricas do tecido foliar (como o potencial osmótico, o potencial hídrico no ponto de perda de turgescência, e a elasticidade da parede celular). As análises foram realizadas em quatro períodos sazonais de precipitação (maio, julho, setembro e outubro do ano de 2015). As espécies estudadas foram agrupadas em relação à dinâmica de produção de folhas em grupos com e sem flush. O comportamento estomático sazonal resulta no potencial hídrico mínimo (Ψmin) acontecendo em diferentes horários no dia. Os dois grupos apresentam diferenças nas relações hídricas, para manutenção do Ψmin acima de limiares críticos o grupo com flush teve pico de troca de folhas em período que antecede a seca (julho-agosto). Adicionalmente, o comportamento desse grupo sugere maior capacidade de recuperação do teor de água a partir do solo com manutenção de Ψ6:00 constantes na estação seca. Por outro lado o grupo de planta sem flush possui maiores alterações do estado de hidratação, no período seco, com menores valores de potencial hídrico às 6:00 da manhã (Ψ6:00). Além disso, verificou-se que a densidade da madeira é menor no grupo de árvores com flush, variável também relacionada positivamente com o Ψmin das espécies. As características morfoanatômicas não tiveram relações com as respostas sazonais e entre os grupos nas espécies estudadas. A fotossíntese foi reduzida 33,6% em resposta a limitação estomática devido ao estado de hidratação das espécies, em contrapartida, houve reduções apenas nos teores de amido e os teores de açúcares solúveis totais permaneceram constantes. Não foi possível detectar diferenças sazonais e também entre os grupos no acúmulo de potássio, mas parece existir inversão no acúmulo de prolina, sendo que o grupo com flush possui tendência em ter maiores concentrações no período seco. Os grupos não apresentaram diferenças nas características hídricas dos tecidos foliares. Entretanto, o aumento do diâmetro das árvores esteve relacionado com a redução do potencial hídrico no ponto de perda de turgescência (ΨTLP). Os resultados sugerem que densidade da madeira exerce papel importante nas relações hídrica das espécies estudadas. Os dois grupos (com e sem flush) apresentam mecanismos diferentes de uso e conservação de água que convergem em mesma magnitude em aclimatações fisiológicas de redução da fotossíntese na estação seca. Assim, as espécies estudadas possuem características estomáticas com comportamento isohídrico e devido a necessidade de manter o status hídrico houve limitação do consumo de CO2 nas folhas das espécies arbóreas estudadas.
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Livro Livro Biblioteca INPA
Dissertação T 634.9 G216m (Percorrer estante(Abre abaixo)) Disponível 2017-0207

Dissertação (mestre) - Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia - INPA, 2016

Considerando os eventos relacionados às mudanças climáticas, em particular, a ocorrência de secas extremas (e. g. El Niño), a floresta pode apresentar queda na produtividade primária e aumento de mortalidade de árvores. Tanto a produtividade quanto a mortalidade têm grande impacto no balanço global de carbono, particularmente, sobre a mortalidade de árvores as principais hipóteses têm sido elaboradas a partir do contexto associando as relações hídricas como principal fator. Neste sentido, argumenta-se que a intensificação de eventos de seca, aumenta a susceptibilidade das plantas à morte por falha hidráulica ou por depleção de carboidratos em resposta ao fechamento estomático. Assim, o presente estudo tem como objetivo investigar as diferenças nas relações hídricas e indicar evidências da tolerância à seca em árvores de dossel na Amazônia central, em ano de ocorrência do fenômeno climático El niño (2015-2016). As variáveis analisadas foram as seguintes: progressões diárias de potenciais hídricos, densidade da madeira, característica morfoanatômicas (massa foliar específica, índice estomático, densidade de estômatos, espessura da epiderme superior e inferior, e do parênquima paliçádico e lacunoso) parâmetros de trocas gasosas (fotossíntese à luz saturante, condutância estomática, e transpiração) teores de carboidratos não estruturais (açúcares solúveis totais, e amido), solutos osmorreguladores (prolina e potássio) e características hídricas do tecido foliar (como o potencial osmótico, o potencial hídrico no ponto de perda de turgescência, e a elasticidade da parede celular). As análises foram realizadas em quatro períodos sazonais de precipitação (maio, julho, setembro e outubro do ano de 2015). As espécies estudadas foram agrupadas em relação à dinâmica de produção de folhas em grupos com e sem flush. O comportamento estomático sazonal resulta no potencial hídrico mínimo (Ψmin) acontecendo em diferentes horários no dia. Os dois grupos apresentam diferenças nas relações hídricas, para manutenção do Ψmin acima de limiares críticos o grupo com flush teve pico de troca de folhas em período que antecede a seca (julho-agosto). Adicionalmente, o comportamento desse grupo sugere maior capacidade de recuperação do teor de água a partir do solo com manutenção de Ψ6:00 constantes na estação seca. Por outro lado o grupo de planta sem flush possui maiores alterações do estado de hidratação, no período seco, com menores valores de potencial hídrico às 6:00 da manhã (Ψ6:00). Além disso, verificou-se que a densidade da madeira é menor no grupo de árvores com flush, variável também relacionada positivamente com o Ψmin das espécies. As características morfoanatômicas não tiveram relações com as respostas sazonais e entre os grupos nas espécies estudadas. A fotossíntese foi reduzida 33,6% em resposta a limitação estomática devido ao estado de hidratação das espécies, em contrapartida, houve reduções apenas nos teores de amido e os teores de açúcares solúveis totais permaneceram constantes. Não foi possível detectar diferenças sazonais e também entre os grupos no acúmulo de potássio, mas parece existir inversão no acúmulo de prolina, sendo que o grupo com flush possui tendência em ter maiores concentrações no período seco. Os grupos não apresentaram diferenças nas características hídricas dos tecidos foliares. Entretanto, o aumento do diâmetro das árvores esteve relacionado com a redução do potencial hídrico no ponto de perda de turgescência (ΨTLP). Os resultados sugerem que densidade da madeira exerce papel importante nas relações hídrica das espécies estudadas. Os dois grupos (com e sem flush) apresentam mecanismos diferentes de uso e conservação de água que convergem em mesma magnitude em aclimatações fisiológicas de redução da fotossíntese na estação seca. Assim, as espécies estudadas possuem características estomáticas com comportamento isohídrico e devido a necessidade de manter o status hídrico houve limitação do consumo de CO2 nas folhas das espécies arbóreas estudadas.

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