A matriz é o elemento da paisagem mais importante para a composição de pequenos mamíferos em um mosaico amazônico de floresta e savana / Clarice Borges Matos.

Por: Matos, Clarice BorgesColaborador(es):Magnusson, William Ernest [Orientador] | Silva, Maria Nazareth Ferreira da [Orientadora]Detalhes da publicação: Manaus: [s.n.], 2016Notas: 33f.: ilAssunto(s): Mamíferos | Savanas | Ecologia de paisagemClassificação Decimal de Dewey: 599 Recursos online: Clique aqui para acessar online Nota de dissertação: Dissertação (mestre) - Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia - INPA, 2016 Sumário: Entender a dinâmica de paisagens é necessário para embasar decisões sobre o desenho de reservas, especialmente quando é preciso conciliar sobre onde e como mitigar impactos negativos quando o distúrbio é inevitável. Os efeitos do tamanho e da conectividade/isolamento de manchas sobre os organismos têm sido extensivamente estudados. Estes efeitos são fortes em geral, mas podem ser positivos ou negativos, o que leva a conclusões confusas e potencialmente enganosas. A perspectiva tamanho-conectividade é um resultado do conceito de paisagem binário de habitat e não-habitat, originado nas Teorias de Biogeografia de Ilhas e de Metapopulações, que não considera a variação na matriz. A matriz pode influenciar na qualidade e na conectividade da mancha e estudos recentes têm demonstrado que os tipos de matriz têm efeitos diferentes sobre distintas espécies. Nós testamos os efeitos de tamanho da mancha, conectividade e matriz sobre pequenos mamíferos não voadores em um mosaico semi-natural no leste da Amazônia (Alter do Chão, Pará), uma região ameaçada com a crescente pressão das atividades de pecuária e plantação de soja. Amostramos 16 parcelas padronizadas, 14 em manchas de floresta e duas em floresta contínua. Para capturar os pequenos mamíferos, utilizamos armadilhas com isca, 30 Sherman® e 30 Tomahawk®, e uma linha de armadilha de interceptação de queda com oito baldes de plástico de 60L em cada parcela, durante quatro noites, em três expedições de campo. Com ferramentas de SIG, calculamos o tamanho das manchas, a conectividade local a partir do Índice de Proximidade, e as proporções em volta de cada mancha amostrada dos dois principais tipos de matriz na paisagem: floresta em regeneração e savana amazônica. Usamos o NMDS de uma dimensão e regressão múltipla para testar as relações entre variáveis resposta e preditoras. Capturamos 178 indivíduos de 16 espécies e a ordenação com o NMDS mostrou um padrão geral de substituição de espécies, o qual foi significativamente relacionado com o tipo de matriz. A conectividade local mostrou evidências de estar positivamente relacionada com a composição de espécies, e o tamanho da mancha não teve relação significativa. Quanto maior a conectividade local das manchas, mais parecidas eram suas assembleias às das manchas situadas em matriz de floresta em regeneração, e estas assembleias eram também as mais parecidas àquelas encontradas nas parcelas de floresta contínua, o que sugere que a matriz florestal está aumentando a conectividade local de suas manchas. Houve uma segregação de espécies ao longo do gradiente de matriz. A maioria das espécies associadas à matriz de floresta em regeneração foram em geral roedores, relativamente grandes e principalmente frugívoros, ao passo que a maioria das espécies associadas à matriz de savana eram marsupiais, menores, principalmente insetívoros. Como os distintos tipos de matriz selecionam diferentes assembleias de pequenos mamíferos, a matriz aumenta a diversidade de pequenos mamíferos na paisagem estudada e isto deve ser levado em consideração no manejo da Área de Preservação Ambiental de Alter do Chão. A maior parte das espécies de pequenos mamíferos provavelmente pode ser mantida em manchas de floresta, desde que estas estejam rodeadas pela matriz apropriada. vii
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Livro Livro Biblioteca INPA
Dissertação T 599 M425 (Percorrer estante(Abre abaixo)) Disponível 2017-0087

Dissertação (mestre) - Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia - INPA, 2016

Entender a dinâmica de paisagens é necessário para embasar decisões sobre o desenho de reservas, especialmente quando é preciso conciliar sobre onde e como mitigar impactos negativos quando o distúrbio é inevitável. Os efeitos do tamanho e da conectividade/isolamento de manchas sobre os organismos têm sido extensivamente estudados. Estes efeitos são fortes em geral, mas podem ser positivos ou negativos, o que leva a conclusões confusas e potencialmente enganosas. A perspectiva tamanho-conectividade é um resultado do conceito de paisagem binário de habitat e não-habitat, originado nas Teorias de Biogeografia de Ilhas e de Metapopulações, que não considera a variação na matriz. A matriz pode influenciar na qualidade e na conectividade da mancha e estudos recentes têm demonstrado que os tipos de matriz têm efeitos diferentes sobre distintas espécies. Nós testamos os efeitos de tamanho da mancha, conectividade e matriz sobre pequenos mamíferos não voadores em um mosaico semi-natural no leste da Amazônia (Alter do Chão, Pará), uma região ameaçada com a crescente pressão das atividades de pecuária e plantação de soja. Amostramos 16 parcelas padronizadas, 14 em manchas de floresta e duas em floresta contínua. Para capturar os pequenos mamíferos, utilizamos armadilhas com isca, 30 Sherman® e 30 Tomahawk®, e uma linha de armadilha de interceptação de queda com oito baldes de plástico de 60L em cada parcela, durante quatro noites, em três expedições de campo. Com ferramentas de SIG, calculamos o tamanho das manchas, a conectividade local a partir do Índice de Proximidade, e as proporções em volta de cada mancha amostrada dos dois principais tipos de matriz na paisagem: floresta em regeneração e savana amazônica. Usamos o NMDS de uma dimensão e regressão múltipla para testar as relações entre variáveis resposta e preditoras. Capturamos 178 indivíduos de 16 espécies e a ordenação com o NMDS mostrou um padrão geral de substituição de espécies, o qual foi significativamente relacionado com o tipo de matriz. A conectividade local mostrou evidências de estar positivamente relacionada com a composição de espécies, e o tamanho da mancha não teve relação significativa. Quanto maior a conectividade local das manchas, mais parecidas eram suas assembleias às das manchas situadas em matriz de floresta em regeneração, e estas assembleias eram também as mais parecidas àquelas encontradas nas parcelas de floresta contínua, o que sugere que a matriz florestal está aumentando a conectividade local de suas manchas. Houve uma segregação de espécies ao longo do gradiente de matriz. A maioria das espécies associadas à matriz de floresta em regeneração foram em geral roedores, relativamente grandes e principalmente frugívoros, ao passo que a maioria das espécies associadas à matriz de savana eram marsupiais, menores, principalmente insetívoros. Como os distintos tipos de matriz selecionam diferentes assembleias de pequenos mamíferos, a matriz aumenta a diversidade de pequenos mamíferos na paisagem estudada e isto deve ser levado em consideração no manejo da Área de Preservação Ambiental de Alter do Chão. A maior parte das espécies de pequenos mamíferos provavelmente pode ser mantida em manchas de floresta, desde que estas estejam rodeadas pela matriz apropriada. vii

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