Sistemática e biogeografia do complexo automolus infuscatus (aves: furnariidae): testando hipóteses de diversificação para o neotrópico / Eduardo de Deus Schultz.

Por: Schultz, Eduardo de DeusColaborador(es):Ribas, Camila Cherem [Orientadora]Detalhes da publicação: Manaus: [s.n.], 2016Notas: 50 f.: il., colorAssunto(s): Aves neotropicais | Biogeografia | EcologiaClassificação Decimal de Dewey: 598.2 Recursos online: Clique aqui para acessar online Nota de dissertação: Dissertação (mestre) - Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia -INPA, 2016 Sumário: Recentes revisões do gênero de aves neotropicais Automolus e da família Furnariidae indicaram a parafilia de A. infuscatus e revelaram um complexo de espécies englobando A. infuscatus, A. ochrolaemus, A. paraensis, A. leucophthalmus, A. lammi e A. subulatus, o último historicamente classificado no gênero Hyloctistes. O conhecimento detalhado da taxonomia, distribuição geográfica, relação filogenética e idade das divergências de um táxon possibilita explorar sua história evolutiva e testar diferentes cenários de diversificação. Diferentes hipóteses biogeográficas foram propostas para explicar os padrões de distribuição encontrados na biota das florestas de terras baixas neotropicais, onde as espécies do complexo habitam. Essas hipóteses, em geral, relacionam a diversificação das linhagens à evolução geológica da paisagem e à ciclos de expansão e retração florestal associados à variações climáticas. Nesse contexto, inferimos as relações filogenéticas, tempos de divergência e biogeografia do complexo A. infuscatus buscando desvendar a diversidade críptica dentro do complexo e revelar sua história evolutiva. Para isso sequenciamos dois marcadores mitocondriais (ND2 e cytb) e três nucleares (ACO, G3PDH e Fib7) compreendendo 302 indivíduos pertencentes a todas as espécies do complexo e a maioria das subespécies descritas. Nossas análises suportam a parafilia de A. infuscatus, indicando a existência de pelo menos dois clados distintos não relacionados proximamente. As demais espécies foram recuperadas como monofiléticas. No entanto, uma diversidade intraespecífica bem estruturada foi encontrada com 19 linhagens sugerindo uma grande diversidade críptica dentro das espécies descritas. A. subulatus foi recuperado dentro do complexo, corroborando sua manutenção no gênero. Os padrões de distribuição das linhagens encontradas combinam com padrões de distribuições conhecidos para aves de florestas de terras baixas neotropicais. Apesar de alta congruência entre distribuições de diferentes linhagens, com diversas linhagens irmãs separadas atualmente pelas mesmas barreiras, a incongruência temporal entre as divergências de linhagens coseparadas pelas mesmas barreiras revela uma história evolutiva complexa. Enquanto eventos mais antigos podem estar relacionados com o surgimento de barreiras como os Andes e os grandes rios amazônicos, diversos eventos mais recentes sugerem dispersão após a consolidação dessas barreiras. Nossas análises sugerem que o complexo teve sua origem a cerca de 6 milhões de anos (Ma) e que habitava o oeste amazônico entre o Mioceno superior e o início do Plioceno. Considerando o hábito ripário das espécies do clado irmão, o surgimento e as primeiras diversificações do complexo podem estar relacionadas ao estabelecimento de florestas de terra firme na região conforme ela mudava de uma planície de inundação para um sistema fluvial.
Tags desta biblioteca: Sem tags desta biblioteca para este título. Faça o login para adicionar tags.
    Avaliação média: 0.0 (0 votos)
Tipo de material Biblioteca atual Setor Classificação Situação Previsão de devolução Código de barras
Livro Livro Biblioteca INPA
Dissertação T 598.2 S387 (Percorrer estante(Abre abaixo)) Disponível 2017-0062

Dissertação (mestre) - Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia -INPA, 2016

Recentes revisões do gênero de aves neotropicais Automolus e da família Furnariidae indicaram a parafilia de A. infuscatus e revelaram um complexo de espécies englobando A. infuscatus, A. ochrolaemus, A. paraensis, A. leucophthalmus, A. lammi e A. subulatus, o último historicamente classificado no gênero Hyloctistes. O conhecimento detalhado da taxonomia, distribuição geográfica, relação filogenética e idade das divergências de um táxon possibilita explorar sua história evolutiva e testar diferentes cenários de diversificação. Diferentes hipóteses biogeográficas foram propostas para explicar os padrões de distribuição encontrados na biota das florestas de terras baixas neotropicais, onde as espécies do complexo habitam. Essas hipóteses, em geral, relacionam a diversificação das linhagens à evolução geológica da paisagem e à ciclos de expansão e retração florestal associados à variações climáticas. Nesse contexto, inferimos as relações filogenéticas, tempos de divergência e biogeografia do complexo A. infuscatus buscando desvendar a diversidade críptica dentro do complexo e revelar sua história evolutiva. Para isso sequenciamos dois marcadores mitocondriais (ND2 e cytb) e três nucleares (ACO, G3PDH e Fib7) compreendendo 302 indivíduos pertencentes a todas as espécies do complexo e a maioria das subespécies descritas. Nossas análises suportam a parafilia de A. infuscatus, indicando a existência de pelo menos dois clados distintos não relacionados proximamente. As demais espécies foram recuperadas como monofiléticas. No entanto, uma diversidade intraespecífica bem estruturada foi encontrada com 19 linhagens sugerindo uma grande diversidade críptica dentro das espécies descritas. A. subulatus foi recuperado dentro do complexo, corroborando sua manutenção no gênero. Os padrões de distribuição das linhagens encontradas combinam com padrões de distribuições conhecidos para aves de florestas de terras baixas neotropicais. Apesar de alta congruência entre distribuições de diferentes linhagens, com diversas linhagens irmãs separadas atualmente pelas mesmas barreiras, a incongruência temporal entre as divergências de linhagens coseparadas pelas mesmas barreiras revela uma história evolutiva complexa. Enquanto eventos mais antigos podem estar relacionados com o surgimento de barreiras como os Andes e os grandes rios amazônicos, diversos eventos mais recentes sugerem dispersão após a consolidação dessas barreiras. Nossas análises sugerem que o complexo teve sua origem a cerca de 6 milhões de anos (Ma) e que habitava o oeste amazônico entre o Mioceno superior e o início do Plioceno. Considerando o hábito ripário das espécies do clado irmão, o surgimento e as primeiras diversificações do complexo podem estar relacionadas ao estabelecimento de florestas de terra firme na região conforme ela mudava de uma planície de inundação para um sistema fluvial.

Não há comentários sobre este título.

para postar um comentário.

Clique em uma imagem para visualizá-la no visualizador de imagem

Powered by Koha