| Nota de resumo |
Oito linhagens de milho, quatro tolerantes e quatro sensíveis ao alumínio, previamente selecionadas em solução nutritiva, foram utilizadas para o desenvolvimento de uma técnica de cultura em areia, para discriminar genótipos que conferem tolerância de milho ao alumínio. O método foi estabelecido através da análise do crescimento da radícula, de plântulas cultivadas em potes plásticos contendo areia lavada de rio, irrigados com solução de 0 (zero), 15, 30, 45, 60 e 75 ppm de Al. Os valores de pH obtidos com esses tratamentos foram 5,90, 5,65, 5,42, 4,97 e 4,80, respectivamente. Sete dias após o plantio, as plântulas foram coletadas e a toxicidade do alumínio, foi avaliada pelo comprimento da radícula. Os resultados indicam que o tratamento com solução de 45 ppm de alumínio, já foi suficiente para discriminar genótipos tolerantes dos sensíveis. Contudo, é sugerida a concentração de 75 ppm de Al, visto que as reduções no comprimento da radícula das plântulas sensíveis, causadas nesse tratamento, são significativamente maiores que aquelas observadas no tratamento com 45 ppm. Essa elevação no teor de alumínio da solução teste, entretanto, não provocou qualquer redução no comprimento das radículas das plântulas tolerantes. Usando a técnica de cultura com areia, com 75 ppm de Al, 66 linhagens da coleção da UNICAMP foram avaliadas. O efeito do alumínio foi estudado em características de crescimento das plântulas, tais como comprimento da radícula, peso seco dos sistema radicular, comprimento da parte aérea, peso seco da parte aérea, número de raízes seminais e peso seco do endosperma. Uma avaliação visual, através de notas, foi também utilizada com o objetivo de agilizar o processo de avaliação. Valores relativos foram calculados para cada característica, e correlacionados entre si para estabelecer o critério mais apropriado para a seleção de genótipos de milho tolerantes ao alumínio. Concluiu-se que, tanto o comprimento relativo da radícula como a avaliação visual, associadas à técnica de cultura em areia, com 75 ppm de Al, são métodos eficientes para discriminar a tolerância do milho ao alumínio. A análise genética da resposta de milho ao alumínio, foi realizada utilizando-se as três linhagens mais tolerantes e as duas mais sensíveis, selecionadas tanto em solução nutritiva como em cultura com areia. Essas linhagens, formando três conjuntos, foram cruzadas para a síntese das famílias F 1 e F 2 e respectivos retrocruzamentos. A análise genética foi realizada usando-se a técnica de cultura com areia, em dois níveis de Al: 0(zero) e 75 ppm. Sete dias após o plantio, as plântulas foram coletadas e classificadas pelo comprimento da radícula. Nas gerações F1 e nos retrocruzamentos para os pais tolerantes, as plântulas do tratamento com alumínio, não mostraram qualquer redução no comprimento das radículas, em relação às plântulas do controle. Por outro lado, nos F2 e nos retrocruzamentos para os pais sensíveis, as plântulas do tratamento com alumínio, mostraram variação do tipo discreta, sugerindo que a herança da tolerância de milho ao alumínio, é do tipo qualitativa. A segregação de plântulas tolerantes e sensíveis em F2 e nos retrocruzamentos para os pais sensíveis, foi de 3:1 e de 1:1 respectivamente, indicando a presença de um gene dominante condicionando a tolerância de milho ao alumínio. A presença de modificadores aparentemente não pode ser descartada, em virtude das distribuições contínuas observadas para cumprimento da radícula, nas várias famílias submetidas ao alumínio. |