Variação genética espacial e temporal de Aedes (Stegomyia) aegypti (LINNAEUS, 1762) em Manaus-AM, com o emprego de marcadores microssatélites /

Mendonça, Bárbara Alessandra Alves

Variação genética espacial e temporal de Aedes (Stegomyia) aegypti (LINNAEUS, 1762) em Manaus-AM, com o emprego de marcadores microssatélites / Bárbara Alessandra Alves Mendonça. - Manaus : [s.n.], 2010. - xiii, 60 f. : il. color.

Dissertação

O Aedes aegypti é o principal vetor da dengue. Arbovirose mais importante, na atualidade, por atingir populações humanas em áreas tropicais e subtropicais do globo, associada e elevadas taxas de morbimortalidade. Sem haver, até o momento, vacina disponível e tratamento específico aos pacientes, que contraem um dos seus sorotipos virais (DENV-1, DENV-2, DENV-3 ou DENV-4). Desta forma, a ferramenta profilática mais eficaz para a redução dos índices de transmissão é a utilização de medidas integradas de controle do seu vetor. Assim, foi realizado um estudo genético-temporal, para melhor compreender sua dinâmica populacional, que está relacionada a fatores ambientais. Neste estudo, foram analisadas populações deste mosquito de quatro localidades de Manaus-AM (Jorge Teixeira e Coroado - Zona Leste, Cachoeirinha, Centro e Praça 14 de Janeiro - Zona Sul e Cidade Nova - Zona Norte), amostradas nos períodos chuvoso e seco. No primeiro, foram obtidos 165 indivíduos e no segundo, 156 espécimes. Após o processamento dos espécimes (criação em insetário, identificação e congelamento em freezer - 80º C), foram realizadas as extrações e as amplificações de seus DNA, utilizando-se nove locos microssatélites dinucleotídeos. Os alelos de cada loco foram visualizados em gel de poliacrilamida a 6%, corado com nitrato de prata e os dados analisados em programas estatísticos específicos. Nas duas estações, a heterozigosidase esperada (HE) média foi maior na Zona Leste e variou de 0,555 a 0,613 no Coroado (período chuvoso) e 0,530 a0,594 no Jorge Teixeira (período seco). Os valores de FST e análise hierárquica (AMOVA) evidenciam baixa estrutura genética entre as amostras da estação chuvosa. Contudo, houve baixa e significante estrutura entre algumas amostras da estação seca. Estes resultados foram suportados pelos menores valores do tamanho efetivo de população (Ne) na estação seca, segundo o modelo de desequilíbrio de ligação. A análise Bayesiana do programa Structure indicou um grupo para as quatro localidades das duas estações (K=1). O teste de Mantel não evidenciou isolamento por distância entre as localidades em ambas as estações. A existência de maior estruturação na estação seca pode ter sido decorrente da redução dos criadouros disponíveis para as ouviposições, com subsequente redução da densidade populacional do Ae. Aegypti e, por conseguinte, do tamanho afetivo populacional, com perda de variabilidade genética e formação da estrutura genética mais evidente durante a estação seca.


Aedes aegypti.
Estrutura microgeográfica.
Sazonalidade.
Genética populacional.
Marcadores microssatélites.

595.770415

T 595.770415 / M539v

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