Distribuição, dinâmica da frota e dos recursos pesqueiros da Amazônia Central / Vandick da Silva Batista.

Por: Batista, Vandick da SilvaColaborador(es):Petrere Júnior, Miguel [Orientador]Detalhes da publicação: Manaus [s.n.] 1998Notas: 291 fAssunto(s): Indústria pesqueira -- Amazonas | Pesca -- AmazonasClassificação Decimal de Dewey: 639.2 Nota de dissertação: Tese (doutor) - INPA/UFAM, 1998 Sumário: Aspectos de distribuição e da dinâmica da pesca na Amazônia Central são analisados nesta tese, a partir da análise de dados tomados no desembarque pesqueiro efetuado em Manaus entre 1994 e 1996, Parintins, Itacoatiara, Manacapuru entre 1996/1997; dados primários e secundários sobre as características das embarcações de pesca; e dados de acompanhamento da atividade pesqueira efetuada por ribeirinhos em 1993. A frota pesqueira que desembarca em Manaus aumentou o tamanho das embarcações de uma mediana de 12,8±1,8m em 1975 para uma mediana de 14,0±3,5m em 1996. As embarcações desta frota apresentam relações dimensionais com explicabilidade usualmente elevada e significativa, indicando um aumento dimensional generalizado da estrutura física das embarcações, exceção importante é a altura da caixa, a qual apresentou baixa explicabilidade pelo aumento do comprimento da embarcação. O tempo de vida útil na pesca dos barcos grandes é maior que dos barcos médios e pequenos. A frota apresenta estratos com características físicas comuns, entretanto a análise das variáveis operacionais não forneceu grupos claramente discrimináveis por suas características físicas. As variáveis operacionais número de pescadores e quantidade de gelo constituem um conjunto destacado nas análises. O tempo de viagem é estimável através da distãncia de viagem até o pesqueiro e pelo comprimento do barco. Os pesqueiros estão majoritariamente localizados a menos de 600 km de Manaus, entretanto há uma variabilidade interanual importante, a qual deve ser considerada nas avaliações da pesca. A unidade de esforço para redinha e malhadeira foi reavaliada, porém manteve-se a tradicional variável híbrida, número de pescadores por dias pescando, pela consistência dos resultados obtidos. Há variações tanto na freqüência de exploração dos rios principais, quanto no número de pescadores participantes nestas pescarias, comparando os períodos de 1976-78 e 1994-96. Reunindo as informações sobre as características físicas e operacionais da frota desembarcando em Manaus, conclui-se que houve modificações quantitativas e qualitativas que demandam muita cautela ao camparar os dados de produção atuais com anteriores, principalmente se forem utilizadas variáveis como CPUE, fortemente influenciadas por mudanças no comportamento da frota e dos pescadores. A frota de barcos de pesca de Manacapuru, Parintins e Itacoatiara foi comparada, observando-se que Parintins apresentou barcos com tamanho menor que os registrados nos demais centros. Em termos etários, a frota de Manacapuru apresentou o conjunto de barcos mais velhos, seguido por Itacoatiara. O tamanho da frota foi estimado em aproximadamente 2500 barcos de pesca. Cerca de 60% da frota de Manacapuru também desembarca em Manaus, reduzindo para 38% no caso de Itacoatiara e apenas 10% para Parintins. A redinha é o principal apetrecho utilizado na região, tanto em Manaus quanto nos centros urbanos do interior. A frequência de outros apetrechos, destacando a malhadeira, é importante porém apresenta importância relativa menor no volume da produção, excetuando-se em casos específicos, como a malhadeira na pesca do tambaqui, ou a contribuição sazonal de apetrechos em particular, como a tarrafa ou o espinhel. A ocorrência de descarte durante a pescaria foi acompanhado para a redinha no Baixo-Solimões, registrando-se tanto a seleção por espécie como por tamanho, destacando-se a falta de descarte para a curimatã, matrinchã, pescada, cará e tucunaré, assim como o uso de um apetrecho para selecionar por tamanho o jaraqui e o pacu, a "escolhedeira". A produção pesqueira desembarcada na Panair, em Manaus,foi de 25.084 ton. em 1994, 22.322 ton. em 1995 e de 23.589 ton. em 1996, sendo que houve aumento na participação do Purus como área produtora de pescado para Manaus. Em cidades do interior, a produção disponível para consumo local foi estimada em magnitude similar aos padrões históricos. As regiões de pesca foram avaliadas indicando o Purus, Madeira e Juruá como aquelas de melhor rendimento, seguidos por un conjunto intermediário formado pelo Médio-Solimões, Japurá e Médio Amazonas, e completando com o Baixo-Solimões e Negro com os menores valores. Estas informações e a história da pesca na região demandam pela construção de um novo modelo para a administração da pesca na região, onde os objetivos desta administração sejam acordados entre os usuários dos recursos. Não houve esta prática na história da pesca na região, gerando conflitos e políticas de atendimento a pressões de grupos particulares. As soluções para o manejo da pesca, apenas existirão de fato por uma negociada entre as partes envolvidas, pois abrange temas interligados como o uso múltiplo das várzeas, a conservação e preenvação de ambientes, o emprego direto de cerca de 25 mil pescadores, o alimento diário de pelo menos 400 mil habitantes da zona rural do estado, e um segmento econômico importante, mas pouco profissionalizado. .
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Tese (doutor) - INPA/UFAM, 1998

Aspectos de distribuição e da dinâmica da pesca na Amazônia Central são analisados nesta tese, a partir da análise de dados tomados no desembarque pesqueiro efetuado em Manaus entre 1994 e 1996, Parintins, Itacoatiara, Manacapuru entre 1996/1997; dados primários e secundários sobre as características das embarcações de pesca; e dados de acompanhamento da atividade pesqueira efetuada por ribeirinhos em 1993. A frota pesqueira que desembarca em Manaus aumentou o tamanho das embarcações de uma mediana de 12,8±1,8m em 1975 para uma mediana de 14,0±3,5m em 1996. As embarcações desta frota apresentam relações dimensionais com explicabilidade usualmente elevada e significativa, indicando um aumento dimensional generalizado da estrutura física das embarcações, exceção importante é a altura da caixa, a qual apresentou baixa explicabilidade pelo aumento do comprimento da embarcação. O tempo de vida útil na pesca dos barcos grandes é maior que dos barcos médios e pequenos. A frota apresenta estratos com características físicas comuns, entretanto a análise das variáveis operacionais não forneceu grupos claramente discrimináveis por suas características físicas. As variáveis operacionais número de pescadores e quantidade de gelo constituem um conjunto destacado nas análises. O tempo de viagem é estimável através da distãncia de viagem até o pesqueiro e pelo comprimento do barco. Os pesqueiros estão majoritariamente localizados a menos de 600 km de Manaus, entretanto há uma variabilidade interanual importante, a qual deve ser considerada nas avaliações da pesca. A unidade de esforço para redinha e malhadeira foi reavaliada, porém manteve-se a tradicional variável híbrida, número de pescadores por dias pescando, pela consistência dos resultados obtidos. Há variações tanto na freqüência de exploração dos rios principais, quanto no número de pescadores participantes nestas pescarias, comparando os períodos de 1976-78 e 1994-96. Reunindo as informações sobre as características físicas e operacionais da frota desembarcando em Manaus, conclui-se que houve modificações quantitativas e qualitativas que demandam muita cautela ao camparar os dados de produção atuais com anteriores, principalmente se forem utilizadas variáveis como CPUE, fortemente influenciadas por mudanças no comportamento da frota e dos pescadores. A frota de barcos de pesca de Manacapuru, Parintins e Itacoatiara foi comparada, observando-se que Parintins apresentou barcos com tamanho menor que os registrados nos demais centros. Em termos etários, a frota de Manacapuru apresentou o conjunto de barcos mais velhos, seguido por Itacoatiara. O tamanho da frota foi estimado em aproximadamente 2500 barcos de pesca. Cerca de 60% da frota de Manacapuru também desembarca em Manaus, reduzindo para 38% no caso de Itacoatiara e apenas 10% para Parintins. A redinha é o principal apetrecho utilizado na região, tanto em Manaus quanto nos centros urbanos do interior. A frequência de outros apetrechos, destacando a malhadeira, é importante porém apresenta importância relativa menor no volume da produção, excetuando-se em casos específicos, como a malhadeira na pesca do tambaqui, ou a contribuição sazonal de apetrechos em particular, como a tarrafa ou o espinhel. A ocorrência de descarte durante a pescaria foi acompanhado para a redinha no Baixo-Solimões, registrando-se tanto a seleção por espécie como por tamanho, destacando-se a falta de descarte para a curimatã, matrinchã, pescada, cará e tucunaré, assim como o uso de um apetrecho para selecionar por tamanho o jaraqui e o pacu, a "escolhedeira". A produção pesqueira desembarcada na Panair, em Manaus,foi de 25.084 ton. em 1994, 22.322 ton. em 1995 e de 23.589 ton. em 1996, sendo que houve aumento na participação do Purus como área produtora de pescado para Manaus. Em cidades do interior, a produção disponível para consumo local foi estimada em magnitude similar aos padrões históricos. As regiões de pesca foram avaliadas indicando o Purus, Madeira e Juruá como aquelas de melhor rendimento, seguidos por un conjunto intermediário formado pelo Médio-Solimões, Japurá e Médio Amazonas, e completando com o Baixo-Solimões e Negro com os menores valores. Estas informações e a história da pesca na região demandam pela construção de um novo modelo para a administração da pesca na região, onde os objetivos desta administração sejam acordados entre os usuários dos recursos. Não houve esta prática na história da pesca na região, gerando conflitos e políticas de atendimento a pressões de grupos particulares. As soluções para o manejo da pesca, apenas existirão de fato por uma negociada entre as partes envolvidas, pois abrange temas interligados como o uso múltiplo das várzeas, a conservação e preenvação de ambientes, o emprego direto de cerca de 25 mil pescadores, o alimento diário de pelo menos 400 mil habitantes da zona rural do estado, e um segmento econômico importante, mas pouco profissionalizado. .

Área de concentração: Biologia de Água Doce e Pesca Interior.

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